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sábado, 4 de janeiro de 2020

A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO



Fichamento de transcrição, resumo e comentário.





A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO



Via: Ensaios Pedagógicos: Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET – ISSN 2175-1773 Julho de 2012.


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1 INTRODUÇÃO



Destaca a importância do letramento da aprendizagem não apenas de uma decodificação, mas como um resultado da leitura é apresentado a praticidade pela interpretação onde o indivíduo é capaz de modificar sua realidade e mudar ou transformar sua história, inicia a introdução com destaque da realidade deficitária no Brasil, contudo embora seja mencionado a defasagem na alfabetização, aptidão do indivíduo se apropriar da leitura, não há referência para o embasamento da afirmação quando indica, principalmente, as taxas de analfabetismo funcional.


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2.1 A ORIGEM DA ALFABETIZAÇÃO


[...] Cagliari (1998, p. 14) confirma que:


                                    De acordo com os fatos comprovados historicamente, a escrita surgiu do                                                sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos, e usados                                                    provavelmente para contar o gado, numa época em que o homem já possuía                                          rebanhos e domesticava os animais. Esses registros passaram a ser usados 
                                    nas trocas e vendas, representando a quantidade de animais ou de produtos                                            negociados. Para isso, além dos números, era preciso inventar os símbolos                                            para os produtos e para os proprietários. 


[...]Em relação a essa necessidade, Cagliari (1998 p. 15) afirma que: “O longo do processo de invenção da escrita também incluiu a invenção de regras de alfabetização, ou seja, as regras que permitem ao leitor decifrar o que está escrito e saber como o sistema de escrita funciona para usá-lo apropriadamente”.


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[....] No tempo em que surgiu a escrita, pouca importância se dava ao processo de alfabetização, até porque a necessidade de domínio da mesma era menor. Aprendia-se e ensinava-se apenas o básico para se comunicar através da leitura e da escrita, tendo como forma de ensino um modelo mecânico. Isto acontecia porque


nessa época de escrita primitiva, ser alfabetizado significava saber ler o que aqueles símbolos significavam e ser capaz de escrevê-los, repedindo um modelo mais ou menos padronizado, mesmo porque o que se escrevia era apenas um tipo de documento ou texto (CAGLIARI, 1998, p. 14).


[...]Cagliari (1998, p. 15) afirma que,


                                   Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização.


[...] Muito mais tarde o ensino da leitura e da escrita, ou seja, o processo de alfabetização chegou ao Brasil, tendo início com os jesuítas, dos quais ensinavam a ler e a escrever, Paiva (2003, p. 43) confirma que, “desde que chegaram ao Brasil, os jesuítas estabeleceram escolas e começaram a ensinar a ler, a escrever, e a contar e cantar”.


[...] A partir dos relatos de Ramos (1953, p. 102) pode-se confirmar a forma mecânica em que era e ainda ás vezes é realizado o ensino desse processo de aquisição da leitura e escrita. Escreveu ele:


Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes da primeira e com os mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós. Quatro sinais com uma só denominação. Se me habituasse às maiúsculas, deixando as minúsculas para mais tarde, talvez não me embrutecesse. Jogaram-me simultaneamente maldades grandes e pequenas, impressas e manuscritas.



Através desses relatos citados acima é possível observar que a forma em que foi realizada a alfabetização foi prejudicial, pois o que foi ensinado se deu de uma forma mecânica e tradicional, que infelizmente ainda persiste em muitos lugares do Brasil. A mudança deste paradigma é um trabalho bastante árduo.


Sobre o surgimento da escrita, ressalto a ausência da necessidade de ser editado as primeiras leis, por meio de editos, dos quais o regimento de regras é importante na sociedade, no controle e o poder estava nas mãos daqueles que detinham o conhecimento da leitura e da escrita, os escrivãos.


2.2 O CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO


É afirmado que alfabetização vai além de uma decodificação em que segundo Val (2006, p. 19),


                                           pode-se definir alfabetização como o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita.


Já para Perez (2002, p. 66) a alfabetização


                                           é um processo que, ainda que se inicie formalmente na escola, começa de fato, antes de a criança chegar à escola, através das diversas leituras que vai fazendo do mundo que a cerca, desde o momento em que nasce e, apesar de se consolidar nas quatro primeiras séries, continua pela vida afora. Este processo continua apesar da escola, fora da escola paralelamente à escola.


[...] a alfabetização acontece dentro e fora do ambiente escolar. A alfabetização é então, a ação de fazer com que a pessoa se aproprie de habilidades que levam a leitura e a escrita.


Neste momento, poderia ter compreendido posicionamentos entre alfabetização, letramento, e analfabetismo funcional conforme mencionado na introdução.


2.3 OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO


[...] O conceito de método para, Correa e Salch (2007, p. 10)


afirmam que:


                                              A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar a determinado fim.

A alfabetização não possui receita pronta em relação ao método, pois a forma de aprendizagem de uma criança pode ser diferente da outra. O método aplicado em uma turma pode não ter o mesmo resultado em outra. É importante lembrar que a criança não é só mais uma peça feita por uma empresa que possui um molde e produz todas as peças iguaiszinhas.


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[...] Os métodos de alfabetização existentes podem ser classificados como métodos sintéticos e os métodos globais. Mas, para a aplicação dos mesmos, Carvalho (2008, p. 46) afirma que:


                                              Para a professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas não suficiente. A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e atenção para observar as reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar soluções para os problemas dos alunos que não acompanham.


Como existem vários métodos, cabe ao professor conhecê-los e escolher qual é a melhor forma de trabalhar esse processo de alfabetização inicial com seus alunos. É importante que antes da escolha do método, o professor conheça seus alunos. Pois, caso contrário, este pode ser um dos motivos para o insucesso do processo.


2.3.1 Métodos Sintéticos


Os métodos sintéticos partem da soletração para à consciência fonológica, e tem como objetivo que o aluno se torne alfabetizado a partir da decodificação dos sons que as letras têm, ou seja, o grafema fonema.


[...] Cagliari (1998 p. 25) afirma que: “partia-se do alfabeto para soletração e silabação, seguindo uma ordem hierárquica crescente de dificuldades, desde a letra até o texto”.


São métodos sintéticos: soletração, silabação, método fônico, método da abelhinha e o da casinha feliz, todos eles quando aplicados pelo professor, partem ensinando da soletração para a consciência fonológica.


Mas, para a aplicação desses métodos sintéticos é necessário cuidado, visto que o fonema, ou seja, o som de algumas letras quando junto de outras podem ter sons diferentes, sendo necessário então, trabalhar isso durante o processo de


alfabetização. Carvalho (2008, p. 28) afirma que:


                                                    Um cuidado que deve ser observado na aplicação dos métodos fônicos decorre da própria natureza do Português, língua alfabética na qual uma letra pode representar diferentes sons conforme a posição que ocupa na palavra, assim como um som pode ser representado por mais de uma letra, segundo a posição. Assim, não basta ensinar o som da letra em posição inicial da palavra, mas é preciso mostrar os sons que as letras têm em posição inicial, medial (no meio) ou final da sílaba.


Embora o texto posicione que esse método pode ser bom para uns e ruim para outros, acredito que a aplicação do método sintético pode ser criativa e dependente do planejamento de recursos do professor, onde ao afirmar que pode ser ruim pra outros, é arriscado dizer sendo que o indivíduo pode interagir e tal como Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia (1996) cita que o professor deve estimular a curiosidade e a investigação sendo mediador e condutor do processo, deste modo considero que há confrontação entre os conceitos à tal afirmação.


2.3.2 Métodos Analíticos ou Globais



[...] são conhecidos como analíticos ou globais. Sua aplicação visa alfabetizar a criança a partir de histórias ou orações. Quando essa nova forma de se alfabetizar chegou ao Brasil exigiu uma grande mudança por parte dos professores, por serem muito diferentes dos métodos sintéticos, os globais possuem como objetivo alfabetizar a criança da parte maior para a menor, ou seja, dos textos ou orações para as letras. É o caminho inverso.


Acredito que o estímulo da leitura pode vir não apenas da aplicação do método analítico, pois depende de como a arte de leitura é trabalhada em sala de aula, não desmerecendo o método sintético, onde ambos podem ser trabalhados e o prazer pela leitura é estimulado independente da escolha do método.


São considerados globais os seguintes métodos: métodos de conto, método ideovisual de Decroly, método natural Freinet, a metodologia de base linguística ou psicolinguística, etapas de uma unidade, alfabetização a partir de palavra-chave,método natural, síntese dos passos de aplicação e o método Paulo Freire. Em todos esses métodos o professor deverá partir de textos ou orações até chegar às letras,ou seja, do maior para o menor.


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Sobre isto, Carvalho (2008, p. 18) afirma que:


                                                         São os chamados métodos analítico-sintéticos, que tentam combinar aspectos de ambas as abordagens teóricas, ou seja, enfatizar a compreensão do texto desde a alfabetização inicial, como é próprio dos métodos analíticos ou globais, e paralelamente identificar os fonemas e explicitar sistematicamente as relações entre letras e sons, como ocorre nos métodos fônicos.


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Os conceitos de alfabetização e letramento estão bem explicitados, contudo o trabalho com a questão do desenvolvimento da leitura, processo de praticidade na vida social e a importância do letramento poderia ser mais abordado.


REFERÊNCIAS


CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu: Pensamento e Ação no Magistério. 1. Ed. São Paulo: Scipione, 1998.


CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: Um Diálogo entre a Teoria e a Prática. 5. Ed. Rio de Janeiro Vozes, 2008.


CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento: Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007.


FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre a Alfabetização. 24. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.


MOREIRA, Daniel Augusto. Analfabetismo Funcional: O Mal Nosso de cada Dia. 1.



PAIVA, José Maria de. Educação Jesuítica no Brasil Colonial. In: LOPEZ, Eliane Marta Teixeira (org.). 500 Anos de Educação no Brasil. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.


RAMOS, Graciliano. Infância. 3. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953.


SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.


VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004. In: CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006.








“ Conhecimento é um resultado de processos que envolve abordagens do objeto, do homem, do meio e da interação entre si, onde diferentes ações educativas, envolvem diferentes formas de aprendizagem e o estudo das diferentes linhas pedagógicas fornecem diretrizes à ação docente.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O desenvolvimento da oralidade das crianças na Educação Infantil

 Fichamento 

O desenvolvimento da oralidade das crianças na Educação Infantil 

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Via: Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 2 (1): 112-133, 2015. 

[...]A oralidade é entendida como uma atividade verbal presente nas mais diferentes situações sociais em que o indivíduo possa se inserir ao longo de sua vida, é a transmissão oral dos conhecimentos armazenados na memória humana. 
A linguagem oral é um instrumento fundamental para que as crianças possam ampliar suas possibilidades de inserção e participação nas diversas práticas sociais. De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil, “em algumas práticas, se considera o aprendizado da linguagem oral, como um processo natural, que ocorre em função da maturação biológica prescinde-se nesse caso de ações educativas planejadas com a intenção de favorecer essa aprendizagem.” (BRASIL, 1998, p.119) 
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Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998), aprender a falar não consiste apenas em memorização de palavras más também em ações, reflexões sobre seus atos, sentimentos e desejos. Aproximadamente a partir de um ano de idade as crianças selecionam os sons dirigidos a elas, mesmo antes de começarem a falar as crianças podem se fazer compreender ecompreendem o outro, pois as competências linguísticas abrangem tanto as capacidades de compreensão como as capacidades de se fazer entender. 
Segundo Roncato e Lacerda (2005), a capacidade de desenvolvimento de linguagem nas crianças é marcada pelas possibilidades de trocas verbais e discursivas e o adulto ou o professor tem uma função importante nesse processo no âmbito escolar, podendo promover uma série de atividades para essa evolução. 
A necessidade que as crianças têm de utilizar a fala acontece através de experiências 
vivenciadas que fazem o uso da linguagem oral no cotidiano, não apenas em casa, mais também nas instituições de educação infantil que é o lugar em que a criança passa a maior parte do dia, tendo contato com outras crianças e adultos. 
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De acordo com o Referencial Curricular Para a Educação Infantil, 
[...] quanto mais às crianças puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira significativa (BRASIL, 1998, p.121). 
A necessidade de abordar o tema surgiu a partir de observar a importância de se trabalhar com a oralidade promovendo um amplo desenvolvimento oral nas crianças, que é fundamental para que elas possam comunicar-se nas mais diferentes situações sociais envolvendo a fala no seu dia a dia. [...]
……………………………………………………………………………………………………...1. Concepção e desenvolvimento da Linguagem das crianças 
As crianças desde que nascem dispõem de uma inteligência própria que orienta suas ações no mundo, inteligência esta que vai se modificando a partir das interações estabelecidas com o outro este que dá significados às suas expressões, gestos, sons, fazendo com que tenham uma participação ativa no mundo. A partir dessa interação e do diálogo com outras pessoas, a criança desenvolve uma inteligência denominada verbal, essa inteligência é guiada pela linguagem agindo sobre as ideias. A criança começa a comparar, classificar, inferir, deduzir etc., criando modalidades de memória e imaginação indicando situações de desejo e objetos do mundo externo, as crianças utilizam palavras que especifica características próprias, servindo de instrumento para o diálogo e para o pensamento discursivo. 
Segundo Oliveira, Mello e Vitória (2011), a interação da criança desde o nascimento, quando ela se comunica, dialoga com a mãe transforma-se interiormente possibilitando uma nova forma de pensar.As crianças são frequentemente colocadas em um mundo de diálogos, e a maneira como se dirigem a outras pessoas é seguindo uma estrutura de diálogos já vivenciados. 
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Após várias experiências em diversas situações, de interação com outras pessoas as crianças vão tornando-se capazes de distanciar-se da realidade e criar símbolos para substituir outras realidades, por exemplo, utilizar uma boneca como se fosse um bebê. “Tais aquisições possibilitam a criança novas formas de trabalhar com símbolos, até que pode usar signos para representar o objeto ou a situação.” (OLIVEIRA, MELLO e VITÓRIA, 2011, p.49). 
O processo de construção de símbolo está intrinsicamente associado à aquisição da linguagem e o jogo de representações de situações. 
2. O desenvolvimento da oralidade na perspectiva Vigotskiana vs. Piagetiana 
A linguagem oral é o sistema pelo qual o homem comunica seus sentimentos e ideias, acontece através da fala, não é um processo inato, é uma habilidade que se constrói no âmbito social, ou seja, a criança nasce com a capacidade para desenvolvê-la, e a figura materna torna- se uma das principais fontes de colaboração nesse processo. 
Toda comunicação se faz na interação, é impossível pensar em palavras, linguagem, sem ser na interação com o outro. As palavras possuem seus significados, não sendo o mesmo para todas as pessoas, o sentido se dá a partir da interação do sujeito como seu interlocutor nos diferentes discursos. (BAKHTIN, apud AUGUSTO, 2011). 
[...] Na perspectiva Vigotskiana,a relação do ser humano com o mundo é estabelecida por meio da linguagem. Vigotski (1984) afirma que o contato da criança com a linguagem é através da relação com o outro. 
[...] A aquisição da língua não é um processo apenas natural, para aprender a falar é preciso compreender a linguagem, a mediação do adulto é fundamental nesse processo, é como se fosse um ponto de referência para a compreensão da linguagem. “Nesse sentido pode-se dizer que o adulto é a [...] instancia da língua constituída” (VIGOTSKI, 1984, p. 53). 
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Na concepção sócio-interacionista“a interação que o indivíduo estabelece com o meio, em especial com outros indivíduos em situações sócio determinadas é essencial para a formação do pensamento e da personalidade.” (OLIVEIRA, MELLO E VITÓRIA, 2011,p.45), 
É um processo que depende de um tipo de fala, a fala interna, originada de um pensamento, o pensamento discursivo, podendo ser notado em várias situações, por exemplo: no planejamento de uma ação, quando analisamos um conceito etc. 
O diálogo interior é produzido através das oportunidades que o indivíduo tem de dialogar com outras pessoas “que tentam coordenar suas ideias, argumentos e significações” (OLIVEIRA, MELLO E VITÓRIA, 2011, p. 45). Dessa forma, se o indivíduo não tiver oportunidade de dialogar ele não estará preparado para pensar. Vigotski(apud OLIVEIRA, 2003) trabalha com duas funções básicas da linguagem a primeira conhecida como Intercâmbio Social: é através dos sistemas de linguagem criados e utilizados pelo homem para comunicarem-se entre seus semelhantes. [...] 
De acordo com Oliveira (2003), para que ocorra comunicação entre os indivíduos é necessário à utilização de signos para traduzir pensamentos, ideias e vontades de forma precisa. 
A palavra cachorro, por exemplo, tem um significado preciso, compartilhado pelos usuários da língua portuguesa. Independente dos cachorros concretos que um indivíduo conheça, ou do medo de cachorro que alguém possa ter, a palavra cachorro denomina um certo conjunto de elementos do mundo real. (OLIVEIRA, 2003, p. 43) 
É a partir desse fenômeno que ocorre a segunda função de linguagem: pensamento generalizante essa função torna a linguagem um instrumento de pensamento é através da  linguagem que ocorre a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Rego (2003), afirma que a relação entre o pensamento e a fala passa por várias mudanças ao longo da vida do indivíduo, mesmo sendo distintos o pensamento e a fala encontram-se originando um “pensamento psicológico mais sofisticado”. 
A aquisição da linguagem é um fator marcante no desenvolvimento do homem, a linguagem, capacidade tipicamente humana faz com que as crianças utilizem-se de instrumentos que as auxiliam na resolução de situações difíceis planejando soluções para seus problemas, as palavras e signos são para elas um meio de contato social com outras pessoas (VIGOTSKI, 1984). 
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[...] Vigotski(1984),chama essa fase de estágio pré-intelectual do desenvolvimento da fala. 
As crianças antes de começarem a falar demonstram uma inteligência prática que é a capacidade de resolução de problemas práticos em seu ambiente, com o auxílio de algum instrumento (por exemplo, ela é capaz de subir em um banquinho para alcançar um brinquedo que está no alto) essa ação realizada pela criança não é mediada pela linguagem, Vigotski (1984) denomina esse estágio como pré-linguístico do pensamento. 
Diante disso, as possibilidades de diálogo que a criança encontra em seu meio e do significado que o adulto atribui aos seus gestos e expressões elas aprendem a utilizar a linguagem como meio de comunicação e instrumento de pensamento. Nesse momento, o pensamento e a linguagem interligam-se, o pensamento passa a ser verbal e a fala racional. Vigotski (1984) afirma que há dois níveis de desenvolvimento, sendo eles zona de desenvolvimento real e zona de desenvolvimento potencial. Zona de desenvolvimento real é determinada pelas ações das crianças sem a ajuda do outro, já a zona de desenvolvimento potencial constitui-se por ações que a criança realiza com a ajuda do outro, e que depois poderá realizar sozinha. 
Partindo desse pressuposto, observamos que a aquisição da linguagem oral é um processo de apropriação que se dá através da aproximação com a fala do outro, seja a da mãe, do pai, do professor, dos amigos ou aquelas ouvidas na televisão e no rádio, é a partir dessa interação que as crianças começam a falar ampliando assim seu vocabulário. 
Segundo Brasil (1998), essa ampliação da capacidade de comunicação oral acontece gradativamente, por um processo de idas e vindas e as crianças tem ritmos próprios na conquista da capacidade linguística e acontece em tempos diferentes de uma criança para a outra. 
Vigotski (1984, p.103) pondera que “ao longo da evolução do pensamento e da fala tem início uma conexão entre ambos, que depois se modifica e se desenvolve”, partindo dessa perspectiva podemos observar que na complexidade do desenvolvimento da linguagem oral cabe ao professor proporcionar ao aluno um ambiente propício a fim de estimula-lo para que ele possa se expressar em suas diversas modalidades. 
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Mesmo as crianças não nomeando os objetos utilizados em suas ações, podemos perceber e identificar a partir do significado que ela atribui à situação. Pode-se observar que a criança planeja ações afastando-se do presente, mas sua fala não diferencia atos de objetos. Também podemos observar a “diferenciação linguística indicativa da ocorrência de um processo mais elaborado de pensamento, quando uma criança planeja uma ação, explica-a ao outro, procura um objeto ou confirma hipóteses sobre seu uso” (OLIVEIRA et. al. 2011, p.51). 
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Pela perspectiva Piagetiana, a oralidade é imprescindível na vida do ser humano, é uma habilidade construída socialmente é ensaiada pelas crianças desde os primeiros momentos de suas vidas. [...]
Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 125),“a construção da linguagem oral implica, portanto, na verbalização e na negociação de sentidos estabelecidos entre pessoas que buscam comunicar-se.”. 
As crianças desde muito cedo utilizam principalmente a oralidade para comunicar-se mesmo antes de falarem fluentemente, para diversos meios: perguntar, pedir, solicitar objetos, etc., mesmo não sabendo falar entendem os adultos conversando com elas. 
Podemos considerar que a fala se dá a partir da interação estabelecida pelas crianças desde que nascem, as situações cotidianas em que os adultos falam com ou perto delas fazem com que as mesmas conheçam e apropriem-se do mundo discursivo e dos contextos em que a linguagem oral é produzida. 
Nesse sentido o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 49), indica que “a capacidade de uso da língua oral que as crianças possuem ao ingressar na escola foi adquirida no espaço privado: contextos comunicativos, informais, coloquiais, familiares”. [´…]
É importante que os adultos ao falarem com as crianças tenham cuidado com a própria fala pois são para elas modelo de falantes, falar de forma clara sem imitar o jeito que elas falam, sem infantilizações. As diversas possibilidades e situações comunicativas e expressivas irá desenvolver as capacidades linguísticas das crianças. 
Segundo o RCNEI, uma das tarefas da educação infantil é ampliar, integrar e ser continente da fala das crianças em contextos comunicativos para que ela se torne competente como falante. Isso significa que o professor deve ampliar as condições da criança de manter-se no próprio texto falado. Para tanto, deve escutar a fala da criança, deixando-se envolver por ela, ressignificando-a e resgatando-a sempre que necessário (BRASIL, 1998, p. 135). 
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[...]. A participação das crianças nestas atividades envolvendo a oralidade possibilitará o desenvolvimento de competências como, ler e escrever. A escola deve expor os alunos a uma diversidade de usos da fala, estimulando-os a falar pois é através do exercício da fala que eles irão aperfeiçoando-se e descobrindo a função social que ela possui. 
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[...] Um dos principais objetivos de se trabalhar a oralidade é desenvolver nas crianças as capacidades linguísticas, falando e escutando. 
Para Augusto (2011, p. 52): 
Embora a linguagem oral esteja presente no cotidiano das instituições de educação infantil, nem sempre é tratada como algo a ser intencionalmente trabalhado com as crianças. É muito comum que se pense que o desenvolvimento da fala é natural, portanto não exige do professor uma atenção especial. 
É importante entender a diversidade de possibilidades a serem trabalhadas com as crianças, no desenvolvimento oral delas, compreendendo como elas aprendem a se comunicar. 
Chaer e Guimarães (2012, p. 72), ponderam que a linguagem oral é um dos aspectos fundamentais de nossa vida, pois é por meio dela que nos socializamos, construímos conhecimentos, organizamos nossos pensamentos e experiências, ingressamos no mundo. Assim, ela amplia nossas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais. 
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O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil afirma que 
O desenvolvimento da capacidade de expressão oral do aluno depende consideravelmente de a escola construir-se num ambiente que respeite e acolha a vez e a voz, a diferença e a diversidades. Mas, sobretudo, depende de a escola ensinar-lhe os usos da língua adequados a diferentes situações comunicativas. (BRASIL, 1998, p.49) 
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Dessa forma, por meio da expressão oral as crianças ampliam seus universos de comunicação, expressando opiniões e ideias, sentimentos e emoções, argumentam, comunicando-se com maior facilidade. Partindo do exposto a oralidade é uma habilidade imprescindível para o convívio social em diversas práticas, o professor deve considerar a oralidade como fator essencial fazendo com que os alunos tornem-se sujeitos falantes, participantes da sociedade. 
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[...] o papel dos sons e da oralidade em suas vidas e no mundo contribui para o desenvolvimento da linguagem oral, onde poderão interagir com outras pessoas e também a composição de um vasto repertorio sonoro. O desenvolvimento oral das crianças ao contrário de que muitos pensam não ocorre naturalmente, mas sim na relação que ela estabelece com o adulto e também com outras crianças (CRAIDY e KAERCHER, 2001). 
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A situação remete-nos a observar o significado da oralidade na vida das crianças e elas acabam descobrindo que nem sempre a linguagem, a conversa é a solução para os problemas  e sim um recurso valioso, podendo pensar em uma possibilidade para a resolução. 
Crianças com até dois anos e meio de idade utilizam-se muito de gestos e também do próprio corpo para apontarem ou fazerem entender o que desejam, essas gesticulações substituem a utilização da voz privando o desenvolvimento da linguagem. Talvez não seja uma dificuldade de falar mais sim uma acomodação, um jogo de manipulação, ou ela não está sendo estimulada oralmente, para que possa perceber o sentido da utilização da linguagem. 
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Assim, 
o professor deverá criar situações, promover atividades como conversas, discussões, poesia, dramatizações, fantoches, leitura de histórias, entrevistas, musicas, reconto de histórias, trava- língua, debates, exposições orais, de forma a possibilitar que a criança se torne mais comunicativa e tenha uma interação maior com o grupo. (CHAER e GUIMARÃES, 2012, p. 76) 
[...] O trabalho com a linguagem deve acontecer através de atividades significativas. 
3. Possibilidades de trabalho com a oralidade na Educação Infantil 
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[...] podemos observar que o trabalho com a oralidade destaca-se que 
[...] falar e pensar, portanto, não se aprende sozinho, mas na interação com outros. Assim, falar sobre as coisas com os outros ajuda a criança a pensar sobre elas e a desenvolver sua linguagem e seu pensamento. Nesse processo, nós educadores, devemos buscar ouvi-las e dar-lhes oportunidades para que, brincando, explorando e interagindo, construam sua própria linguagem, cada uma a seu tempo” (COSTA; GUIMARÃES; ROSSETI-FERREIRA, 2003, p.83). 
É importante que o professor valorize essa prática, dedicando-se ao desenvolvimento desse processo a partir de atividades que possam ser organizadas e trabalhadas diariamente.[...]
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[...] Craidy e Kaercher (2001), afirmam que a criança deve entender a função social da leitura e da escrita, o porquê aprender, qual a função da leitura e da escrita na vida das pessoas, a criança tem que ter clareza “qual o sentido e o valor de saber ler e escrever na sociedade em que vivemos, é preciso, em relação às crianças, discutir o valor dessa linguagem tanto na vida delas- presente, imediata e cotidiana-, quanto os motivos pelos quais ela existe neste planeta.” (p. 142). 
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Além da companhia do adulto para desenvolver a oralidade, Augusto (2011), pondera que é preciso no ambiente pedagógico organizar espaços e tempos para que favoreça o desenvolvimento da linguagem oral, para que as crianças vivenciem situações de comunicação real, como dar um recado para algum funcionário da instituição ou comunicar os familiares em casa, além disso, o professor pode preparar ambientes aconchegantes no momento de leitura e contação de histórias e situações de roda de conversa, fazendo com que o aluno faça o uso da linguagem oral em uma prática dialógica e envolvente. 
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A comunicação oral no cotidiano da Educação Infantil, é outra forma importante de trabalhar a oralidade uma vez que oportuniza às crianças avanços em suas formas de se expressarem a linguagem. 
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Segundo Augusto (2011), a língua oferece experiência para as crianças, pois brincar com as palavras é função exercida pelos falantes. “Brincar com palavras é motivo de diversão para as crianças, não é por acaso que as crianças, na educação infantil, entram em contato com esse verdadeiro acervo popular.” (AUGUSTO, 2011, p. 56). Repetir parlendas brincar com cantigas de rodas, trava-língua e adivinhas é um exemplo do uso que as crianças fazem desse imenso repertorio oral. 
Trabalhar textos orais é extremamente importante, pois a criança terá uma bagagem desse conhecimento que ela levará por toda a educação infantil. O professor ao trabalhar com essa temática não terá dificuldades, pois a tradição oral brasileira tem um vasto repertório de textos orais e brincadeiras cantadas. 
A produção de narrativas é outra possibilidade para o desenvolvimento da oralidade. Para isso pode-se utilizar da roda de histórias para a expressão das narrativas infantis, o ato de contar histórias sempre existiu, veio de várias gerações passadas, serviam para educar as crianças explicar os mistérios da natureza.
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O reconto de histórias as crianças podem ouvir e recontar histórias, produzindo-as enriquecendo sua linguagem, estimulando sua imaginação. A estratégia de reconto de histórias além de estimular o gosto pela oralidade também poderá ser de grande valia para a avaliação do desenvolvimento linguístico da criança. 
Perroni (apud Augusto, 2011, p. 21), aponta três fases do desenvolvimento narrativo na criança: 
Na primeira fase, a presença do adulto é fundamental no momento de contar histórias e no jogo de contar, na primeira situação a criança assume um papel de ouvinte, e na segunda ela se apoia no discurso do adulto e através de perguntas feitas pelo adulto vai dando significado a fala e compondo uma pronarrativa. Na segunda fase, a criança se separa da fala do adulto e através de memorização e conhecimento ela relata experiências pessoais.Na terceira fase, acriança passa a narrar autonomamente reconhecendo-se como próprio locutor. Partindo dessa perspectiva podemos entender que o papel do professor é fundamental para assegurar a construção da narrativa, podendo organizar situações que promova as primeiras pró narrativas. 
Com o apoio de livros, fantoches ou caixa de histórias, o professor pode iniciar uma história e compartilhá-la com a criança, propondo perguntas que lhes sirvam de roteiro para contar um trecho a mais, completando assim à narrativa do professor. 
Além da roda de histórias o momento do faz de contas são importantes contextos para a construção das narrativas, sendo mais um dos motivos pelos quais os professores precisam alimentar as brincadeiras das crianças propondo diversas possibilidades. 
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A roda de conversa também faz parte da produção de narrativas das crianças e deve acontecer em diversos momentos. Conversar deveria ser uma atividade diária na sala de aula, muitas vezes os professores propõem rodas, mas desprovidas de situações reais de comunicação, ficando sempre centrada na fala do adulto e a criança apenas como ouvinte na situação. 
Na roda de conversa além do assunto que se está tratando a própria conversa é conteúdo de aprendizagem, portanto deve-se conversar com as crianças para que elas conversem. É preciso que a professora alimente as trocas de conversas entre as crianças, com vista à interdiscursividade. É importante que o professor provoque confronto de ideias. 
Conversar, narrar, brincar e comunicar-se podem se constituir como eixos fundamentais da organização do trabalho com a linguagem oral na escola, pois, em todos os casos, não faltam oportunidades para aprender. E tudo vale a pena para tornar o cotidiano das crianças mais falantes (AUGUSTO, 2011, p. 63). 
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Segundo Brasil (1998, p.135). 
a leitura realizada em voz alta, em situações que permitem a atenção e a escuta das crianças, seja na sala de aula, no parque debaixo de uma arvore, antes de dormir, numa atividade específica para tal fim etc., fornece ás crianças um repertório rico em oralidade. 
Augusto (2011), defendem que quando as crianças relacionam-se com os livros desde cedo, ouvindo histórias ou lendo aprende a pronunciar as palavras da maneira correta, e comunicar-se melhor. Por meio da leitura a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores, além de favorecer   familiaridade com o mundo da escrita. 
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A música também é de grande importância nesse processo, pois além do professor estar estimulando a sensibilidades, a entonação, o ritmo ele também trabalha o texto oral, a pronuncia de palavras, o vocabulário. A estratégia de utilizar-se a música nesse processo de desenvolvimento da linguagem favorece o trabalho desenvolvido pelo professor. 
A criança tem que ter contato com a música explorando-a, e através da mesma aproximando-se do universo da oralidade de maneira lúdica e divertida.O professor deve observar a letra, o ritmo a melodia para que seja de fácil entendimento das crianças com a música, podem ser trabalhados também o vocabulário, a pronúncia correta das palavras, os textos orais, entre diversas outras possibilidades Chaer e Guimarães (2012), afirmam que o professor deve observar o desenvolvimento oral das crianças, avaliando-as a fim de detectar progressos e avanços. 
É importante que o professor identifique também as dificuldades planejando atividades que possa ajudar esses alunos a expressarem-se cada vez melhor, corrigindo a forma de como pronunciam as palavras. Cabe ao professor substituir esses maus hábitos por formas convencionais a serem faladas. 
É necessário discutir sobre a importância de desenvolver um trabalho pedagógico que valorize o ato comunicativo das crianças possibilitando o pleno desenvolvimento da linguagem. Portanto é essencial perceber que o processo da linguagem oral é dinâmico e necessita de situações e possibilidades altamente significativas, por isso devem ser trabalhadas diariamente. 
Considerações Finais 
[...] Sabe-se que a linguagem oral é um instrumento fundamental na vida das pessoas, possibilitando participação no meio social. Não sendo a fala um processo inato, são necessárias fontes de colaboração para o desenvolvimento dessa habilidade. 
[...] A Linguagem oral deve ser trabalhada desde o início da vida das crianças, na escola esse trabalho é fundamental, os professores devem dispor de possibilidades para o desenvolvimento desse processo, propondo situações significativas diariamente. 
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Referências 
AUGUSTO, Silvana de Oliveira. A linguagem oral e as crianças:possibilidades de trabalho na educação infantil. Educação Infantil: diferentes formas de linguagem expressivas e comunicativas. Caderno de formação: didática dos conteúdos formação de professores. Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de Graduação. UNIVESP, São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, v. 1, p. 52-64. 
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil.Brasília: MEC/SEF, 1998, v. 3. 
CHAER, Mirella Ribeiro; GUIMARÃES, Edite da Glória Amorim. A importância da oralidade: educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.Pergaminho, (3): p. 71- 88, nov. 2012. 
COSTA; GUIMARÃES; ROSSETTI-FERREIRA. Conversar para aprender a conversar. In: ROSSETTI-FERREIRA, M. C. et al. (Org). Os fazeres na Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 2003. P. 81-83. 
CRAIDY, Carmen Maria; KAERCHER, Gládis E. Educação infantil:Pra que te quero? Porto Alegre. Artmed. 2001. Cap.12, p.135-151. 
FERREIRA, Maria Clotilde Rossetti; MELO, Ana Maria. (Orgs.). Os fazeres da Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 2003. 
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
OLIVEIRA, Zilma de Moraes; MELLO, Ana Maria; VITÓRIA, Telma; FERREIRA, Maria Clotilde Rossetti. Creches: Crianças, Faz de Conta & cia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky:Aprendizado e desenvolvimento Um processo sócio- histórico.4° ed. São Paulo: editora Scipione, 2003. 
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação.15°ed. Petrópolis: editora Vozes, 2003. 
RONCATO, Caroline Cominetti; LACERDA, Cristina Broglia Feitosa. Possibilidades de desenvolvimento de linguagem no espaço da Educação Infantil.Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v.31, no 2, p. 215-223, ago. 2005. Disponível em: . Acessado em: 12 set. 2013. 
VIGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. 
Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 2 (1): 112-133, 2015. 

domingo, 22 de abril de 2018

Estudos Memorialísticos por Sheila Dias Maciel

Fichamento de transcrição e resumo



MACIEL, Sheila Dias. Sobre a tradição da escrita de memórias no Brasil. IN: Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 48, n. 4, p. 551-558, out./dez. 2013. Disponível em: < http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/15462/10143 >. Acesso em 13 Abril 2018.
 Aline Mendonça

“[...] Para MACIEL (2013) as memórias são uma literatura que propõe retorno por parte do eu-narrador com o intuito  de evocar pessoas e acontecimentos representativos onde o eu-narrador escreve. [...] um depósito de fatos, torna parte de uma retórica e supera o armazenamento de dados, nela reconhece sua dimensão criativa.[...] memória possui calor e poder, relaciona dominação, propriedade de conservar informações em que lidando com criação e poder, o homem ressignifica e "auto reconhece".
Em linha do Tempo, é analisado obras brasileiras escrita sobre a égide da memória, admite que são autores renomados com características literárias à memória, diferindo na escolha e capacidade de singularizar o passado por meio da linguagem. 
As tantas memórias, MACIEL (2013), discorre por Visconde de Taunay em Memórias Escrita  na década de noventa, considera o momento de difusão positivista da ciência, em que Taunay (2003), reconhece a visão do narrador pela necessidade de voltar ao passado para reconhecer o presente, e o escritor prevê sua publicação apenas após cinquenta anos ou após sua morte. Descreve em memórias , na primeira edição, uma relação com a monarquia recebendo, grau de bacharel das belas letras após reprovar no sexto ano do professor de história, o primeiro romancista  do Brasil. A literatura continua reproduzir fatos de grandes feitos de seu poder relacionados à guerra contra o Paraguai. Portanto MACIEL (2003) afirma que Taunay adota uma narrativa com linguagens que aproxima do real narrativo como tom poético para representar o passado mais próximo à sua realidade.
Nas considerações às obras de Oswald de Andrade,  declara  que sua morte impediu publicação de outros trabalhos que favoreciam análise da cultura brasileira no século vinte. Publicado antes de morrer Um Homem sem Profissão, narrado em primeira pessoa a história de sua infância e adolescência, narram fatos que na temporalidade da memória do autor, pois são descritas aleatoriamente, como surgem na memória e Andrade se revela como escritor modernista pela recusa à tradição, revelando seu personagem Oswald Miramar, onde metamorforeia episódios entre ficção e realidade, entre a obra literária e a existência humana.
Analisando Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos, que é fragmentada por tratar de modo memorialístico o que o autor faz de autobiografia nos momentos de prisões vivenciados, que são instantes seletivos e ao ponto de vista da subjetividade do "eu social"  propõe união do passado com o presente.
Nas obras Meus Verdes Anos, contêm para MACIEL (2003), obra que acrescenta memórias autobiográficas, em  Solo de Clarineta  de Érico Veríssimo,  acrescenta além de relato narcisista a inclusão do "eu"  e do externo em "nós" como vínculo social humanista.
Discursa em Jorge Amado Navegação e Cabotagem, 1992, contribui por negação à forma das memórias, atribui por negação à forma das memórias, atribui também a autopromoção ao instigar o leitor  aos segredos  do narrador, além da presença do povo na literatura, mostrando a coletividade do eu lírico. 
Em  Quase Memória: quase romance de Carlos Heitor Cony,  memorializa o pai do Autor pela ordem da lembrança de modo não linear, intitulado pela palavra quase, que familiariza pelo recurso entre personagens existentes e fictícios.
Em  Ponto de Chegada, discursa  obras de não encontram apenas um tempo, pelas diferentes épocas da publicação e os autores fidelizam nomes reais inicialmente trazendo literatura como remate da existência, fogem do pacto inicial proposto como em Graciliano e Oswald.
Reconhece a pluralidade regional pelas obras situar por diferentes regiões, superando modelos estáticos de reescrita, ao contrário de COUTINHO, inicialmente citado e compreende na revisão do passado sem as "amarras da censura", contribui  ao conhecimento  humano, e as obras assim analisadas,  não estão inerentes ou repetitivas, mas devolvem trabalhos com linguagem que exige reflexões e escolhas próprias das atividades literárias." 

Palavras-chave: Memória, Escrita, Literatura Brasileira.





segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

As crianças e a Linguagem Escrita

GONTIJO; Claudia Maria Mendes. As crianças e a Linguagem Escrita. São Paulo. Autores Associados, 2003.
Descrito por: PEREIRA, A.M.

Compreende pela importância dos processos de decodificação e apropriação da linguagem escrita na criança e inicia por conceituar que para Vygotsky o aprendizado da escrita decorre de função social, estabelecimentos de vínculos entre as condições de ensino e interação com os adultos, exigindo uma participação linguística onde escrever exige desenvolvimento linguístico, bem como análise de elementos menores constituintes pela percepção da linguagem oral em que a linguagem escrita se diferencia da língua falada.
Nas relações entre o oral e o escrito Vygotsky, percebe que os símbolos escritos resultam de significados dos símbolos verbais, a aprendizagem da língua escrita exige certo desenvolvimento de apropriação, mesmo assim a criança transcorre ao desenvolvimento mais complexo em que a linguagem escrita perpassa ao desenvolvimento do uso de ideias de palavras, sem existência de interlocução. Deste modo, a escrita não se reduz à reprodução do som, mas ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem. Foi realizado análise das pesquisas em crianças feitas por Ferreiro e Teberosky,  verificando que não há diferença de desenvolvimento entre as crianças iniciantes e as da pré-escola, ambas ao tentar decodificar a escrita terminam por relacionar entre oralidade e escrita, atribuindo  valores sonoros às letras registradas.
Contribui com análise de Piaget sobre a relação da linguagem egocêntrica e a linguagem socializada, a primeira é entendida como uma linguagem que a criança estabelece para si mesma e a linguagem socializada é aquela que a criança estabelece trocas com os outros, é afirmado que para Vygotsky, a linguagem egocêntrica é uma etapa importante, de transição pela evolução da linguagem externa à interna mesmo que não seja compreensível aos outros, mas ela é necessária ao processo cognitivo de aquisição da linguagem e apropriação do pensamento interno.
Conclui que a partir da linguagem oral, inicia o estabelecimento de relações para a criança se apropriar aos signos da escrita, elas elaboram a si mesmas uma relação entre o oral e escrito por meio da linguagem egocêntrica, aos poucos se apropria da hipótese silábica e aos aspectos sonoros da linguagem falada quando entrecruza na internalização e apropriação da escrita na criança, portanto o bom ensino é aquele que consegue integrar primícias para evoluções ao desenvolvimento linguístico.

Palavras-chave: Concepções da aprendizagem. Aquisição do conhecimento. Interação. Linguagem. Alfabetização. Letramento. Fala egocêntrica. Linguagem interior. Linguagem exterior. Linguagem escrita. Linguagem oral.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

1º Capítulo Pensamento e Linguagem, Vygotsky

 O problema da abordagem

Obra: VIGOTSKI, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Este capítulo aborda uma inter-relação entre o pensamento e a linguagem onde inicia por criticar como a psicologia lidava com estudos psíquicos, tratados anteriormente de modo isolado, sendo que os métodos utilizados não revelam interdependência e as teorias se fundem limitadamente entre o pensamento e linguagem. Assim, o autor afirma que deve ser compreendido relações entre pensamento e a palavra, considera seu estudo isolado inválido pela psicologia.
Sustenta sua tese ao comparar as propriedades da água, onde isoladamente perdem a função de apagar o fogo, por exemplo, sendo a formação da água composta de hidrogênio e oxigênio, e a união destes elementos constitui uma molécula como unidade. Do mesmo modo no estudo do pensamento e da linguagem, a unidade é o significado da palavra, ponto de encontro entre o pensamento e a fala. O autor afirma que o estudo do significado da palavra permite o estudo do desenvolvimento da capacidade de pensar da criança e seu desenvolvimento social visto como unidades, demonstram único sentido onde o afetivo e o social compõe uma unidade.
Esta análise entre o pensamento e a fala dissocia da escrita quando estudados isoladamente, o significado da palavra não envolve apenas o pensamento verbal mas plena compreensão entre o pensamento e as formas de linguagens verbais e não verbais, os signos. Para as crianças, os signos e as palavras são as primeiras formas de comunicação social.
Nasceu em 1896. Llev Semionovitch Vygotsky, em Orsha, de origem judia, estudou Direito na Universidade de Moscou; frequentou curso de História e Filosofia na Universidade de Shamyavskii; tornou-se um dos fundadores da Psicologia Educacional na União Soviética; objetivou em suas pesquisas, por compreender o desenvolvimento psicológico da criança; trabalhou como professor em áreas de Literatura, Pedagogia, Psicologia, entre outras. Foi vitimado pela tuberculose, falecendo aos 38 anos.
Resenha realizada por Aline Mendonça Pereira, Pós Graduação Latu Sensu em Educação com ênfase em Alfabetização pela Faculdade Brasileira, Fabra-ES; Pedagoga pela Universidade Uberaba, UNIUBE-MG.

Palavras-chave: Pensamento e Linguagem. Unidade. Significado da Palavra.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Resenha: 1º capítulo do livro: Produção de Notações na Criança

RESENHA 

BAMBERGER, Jeanne; FERREIRO, Emilia; FREY-STREIFF, Marguerite; SINCLAIR, Anne. A Produção de Notações na Criança. Organizado por Hermine Sinclair. Tradução de Maria Lucia F. Moro. São Paulo: Cortez Autores Associados, 1990.

Este livro relata pesquisas sobre como as crianças em séries iniciais apresentam o desenvolvimento e apropriação da escrita, bem como tenta elucidar notações de escritas alfabéticas e numéricas, o livro referencia nas questões da criança pequena possuir aquisição da linguagem escrita, pela construção de notações rítmicas e melódicas em que sugere estar diretamente ligada ao mundo das representações. Assim a escrita alfabética torna o produto da evolução iniciada pelo desenho, pictograma, ideograma, fonetização e culmina com a escrita silábica e posteriormente alfabética.
No capítulo, A escrita antes das Letras, por Emília Ferreiro, trata do inicio da aquisição da linguagem, ressalta que a língua materna é a primeira forma de linguagem vivida pela criança e que o fator de tentativas de escritas decorre por tentativas de imitação aos adultos, em seguida é dividido a pesquisa por meio de três períodos.
O primeiro período é determinado pelo encontro entre marcas figurativas ou não, neste período constata que a criança não diferencia letras e números, pois para ela, todas as marcas gráficas são letras o que é importante para diferenciar o icônico do não icônico, desenho da escrita onde as letras são objetos particulares do mundo, contudo a função de trocas sociais ainda está longe pelo fato de exigir representação.
Realiza com uma criança entre 3,5 aos 5,2 anos, a experiência de análise entre imagem e o que a escrita desta imagem representa, onde ao perguntar sobre figuras, associa os desenhos com o texto escrito abaixo das imagens, tem como resultado, uma escrita com desenhos em forma de bolinhas na tentativa de representar o objeto apresentado, conceituando então que ler é igual a escrever. Deste modo é necessário distinguir a palavra produzida pela leitura, assim é compreendido por letras os grafemas não icônicos, representados por uma pseudo-leitura ao escrever bolinhas, na tentativa de escrever o nome dos objetos.
O segundo período é tratado pela construção dos modos de diferenciação entre encadeamentos de letras por eixos quantitativos e qualitativos, onde a variação intrafigural consiste por determinar quais critérios de escrita permitirão ser decodificadas, ressaltando que dois textos diferentes podem transmitir mesmo significado, sendo assim a pesquisa gera questionamentos de como elaborar diferenças textuais para identificar palavras diferentes, por não possuir grande variedade de letras, as crianças terminam por variar a ordem das letras na obtenção de diferentes tonalidades, alternando combinações para apropriação de modos de diferenciação dentro de intervalos entre três e sete caracteres, determinado pelo eixo qualitativo. Sendo assim, o eixo quantitativo é conceituado na quantidade que a criança determina ao escrever objetos maiores ou menores, com mais caracteres ou em pouca quantidade. As representações intrafigurais concluem dentro do contexto escrito, produzidos para melhor percepção lógica que a criança interpreta.
Os problemas lógicos pela compreensão do sistema alfabético que acontecem segundo Ferreiro, dispõe da relação entre psicogênese e aprendizagem acreditando em hipóteses de que a língua escrita resulta da transcrição do som e uma segunda hipótese da lógica das operações concretas como primícias para aprendizagem, sendo considerada por Piaget, ser necessário seriar e classificar as operações para ocorrer compreensão alfabética e pelo principio de assimilação e acomodação, é considerado importante esperar a conclusão lógica para posteriormente assimilar novos conceitos e então analisar o desenvolvimento lógico encontrado durante o processo de apropriação da escrita.
Na relação entre a totalidade e as partes constituídas, refere parte do conceito que a criança já interpreta as letras para saber da possibilidade de compreender as partes constitutivas. É exemplificado que a criança entende seu nome escrito como totalidade mesmo não sabendo escrever, seu nome é atribuído para nomear pessoas de seu vínculo afetivo. Portanto há uma conclusão de que a compreensão está no sentido de relações das partes das palavras enunciadas e a palavra escrita em sua totalidade.
Na correspondência termo a termo, parte da afirmativa que o nome pode ser decomposto em pedaços, onde as partes formam sequências compondo em sílabas e caracterizando o início da fase silábica.
Já na análise do terceiro período do desenvolvimento é iniciado com a hipótese silábica e algumas dificuldades no controle de produções da escrita, onde por pesquisa é relatado dificuldades que a criança passa exigir para escrever uma palavra monossílaba, o mínimo três letras alegando não ser possível formar uma palavra se houver duas letras ou uma.
Observa a variedade da concentração das crianças, onde estas perpetuam pelo eixo quantitativo, outras no qualitativo pela hipótese silábica, determinando por uma escrita em que acontece omissão de algumas letras. Analisa pela psicogênese a ocorrência de adição das letras, assim as dificuldades resultam por conseguir realizar o processo de diferenciação entre elementos para que as letras sejam representadas, é entendido que se a escrita for pela identificação sonora, requer habilidade visual, motora e auditiva, onde deve concentrar no significado, na decodificação, na construção simbólica para haver compreensão.
Comparando este capítulo aos conceitos interacionistas como as pesquisas e afirmações de Vygotsky, a criança pode ou não apresentar a fase de desenvolvimento na faixa etária descrita, pois o meio e a vivência apresentada pela criança, considerando as interações tanto humanas como ferramentas de interação tecnológicas, a criança aos cinco anos poderá ter superado seu egocentrismo, conceituado por Piaget, e também sua fase de representação, eixos qualitativos e quantitativos e se encontrar numa fase de hipótese silábica, apresentada por Ferreiro. A idade cronológica, deste modo, poderá ou não corresponder à idade de desenvolvimento de escrita da criança, deste modo, as fases do desenvolvimento de compreensão, decodificação e apropriação da linguagem escrita, dependerão de fatores estimulados pelo meio que a criança se insere, sendo o professor um condutor de ferramentas desta potencialização.
Esta obra é indicada aos assuntos de cognição do pensamento na aquisição e apropriação da linguagem escrita, contribui para interesses em pesquisas de compreensão do pensamento humano na decodificação dos símbolos, até a obtenção completa deste desenvolvimento durante o processo de alfabetização.
Nascida em Buenos Aires, 1936, Emília Beatriz Maria Ferreiro Schavi é psicóloga e pedagoga, doutora pela Universidade de Genebra, sobre orientação de Jean Piaget, com quem trabalhou posteriormente como assistente, formando mais tarde, um grupo de pesquisas em Buenos Aires sobre alfabetização, onde fez algumas publicações. Após o golpe de estado em 1997, na Argentina, exilou-se na Suíça, lecionando em Genebra e em 1979, residiu-se no México onde se casou com o físico e epistemólogo Rolando Garcia com quem teve dois filhos. Ferreiro é viva e atualmente continua com suas pesquisas, orientações e publicações. Em 1992 recebeu título de doutora Honoris causa da Universidade de Buenos Aires; em 1999, por outras Universidades na Argentina e em Atenas (Grécia). No Brasil, em 1997, recebeu medalha de “libertador da humanidade” pela Assembleia Legislativa da Bahia; em 1995, foi homenageada com título de doutor Honoris causa pela Universidade estadual do Rio de Janeiro; em 2001 recebe do Brasil a Ordem Nacional do Mérito educativo.
Resenha descrita por Aline Mendonça Pereira; Pós Graduada em Educação e Alfabetização pela Faculdade Brasileira – FABRA (ES); Pedagoga, Universidade de Uberaba (MG).

Palavras-chave: Linguagem da escrita. Eixo quantitativo. Eixo qualitativo. Variação intrafigural. Hipótese silábica. Operações concretas.