segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

As crianças e a Linguagem Escrita

GONTIJO; Claudia Maria Mendes. As crianças e a Linguagem Escrita. São Paulo. Autores Associados, 2003.
Descrito por: PEREIRA, A.M.

Compreende pela importância dos processos de decodificação e apropriação da linguagem escrita na criança e inicia por conceituar que para Vygotsky o aprendizado da escrita decorre de função social, estabelecimentos de vínculos entre as condições de ensino e interação com os adultos, exigindo uma participação linguística onde escrever exige desenvolvimento linguístico, bem como análise de elementos menores constituintes pela percepção da linguagem oral em que a linguagem escrita se diferencia da língua falada.
Nas relações entre o oral e o escrito Vygotsky, percebe que os símbolos escritos resultam de significados dos símbolos verbais, a aprendizagem da língua escrita exige certo desenvolvimento de apropriação, mesmo assim a criança transcorre ao desenvolvimento mais complexo em que a linguagem escrita perpassa ao desenvolvimento do uso de ideias de palavras, sem existência de interlocução. Deste modo, a escrita não se reduz à reprodução do som, mas ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem. Foi realizado análise das pesquisas em crianças feitas por Ferreiro e Teberosky,  verificando que não há diferença de desenvolvimento entre as crianças iniciantes e as da pré-escola, ambas ao tentar decodificar a escrita terminam por relacionar entre oralidade e escrita, atribuindo  valores sonoros às letras registradas.
Contribui com análise de Piaget sobre a relação da linguagem egocêntrica e a linguagem socializada, a primeira é entendida como uma linguagem que a criança estabelece para si mesma e a linguagem socializada é aquela que a criança estabelece trocas com os outros, é afirmado que para Vygotsky, a linguagem egocêntrica é uma etapa importante, de transição pela evolução da linguagem externa à interna mesmo que não seja compreensível aos outros, mas ela é necessária ao processo cognitivo de aquisição da linguagem e apropriação do pensamento interno.
Conclui que a partir da linguagem oral, inicia o estabelecimento de relações para a criança se apropriar aos signos da escrita, elas elaboram a si mesmas uma relação entre o oral e escrito por meio da linguagem egocêntrica, aos poucos se apropria da hipótese silábica e aos aspectos sonoros da linguagem falada quando entrecruza na internalização e apropriação da escrita na criança, portanto o bom ensino é aquele que consegue integrar primícias para evoluções ao desenvolvimento linguístico.

Palavras-chave: Concepções da aprendizagem. Aquisição do conhecimento. Interação. Linguagem. Alfabetização. Letramento. Fala egocêntrica. Linguagem interior. Linguagem exterior. Linguagem escrita. Linguagem oral.

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