Fichamento de transcrição, resumo e comentário.
A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO
Via: Ensaios Pedagógicos: Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET – ISSN 2175-1773 Julho de 2012.
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1 INTRODUÇÃO
Destaca a importância do letramento da aprendizagem não apenas de uma decodificação, mas como um resultado da leitura é apresentado a praticidade pela interpretação onde o indivíduo é capaz de modificar sua realidade e mudar ou transformar sua história, inicia a introdução com destaque da realidade deficitária no Brasil, contudo embora seja mencionado a defasagem na alfabetização, aptidão do indivíduo se apropriar da leitura, não há referência para o embasamento da afirmação quando indica, principalmente, as taxas de analfabetismo funcional.
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2.1 A ORIGEM DA ALFABETIZAÇÃO
[...] Cagliari (1998, p. 14) confirma que:
De acordo com os fatos comprovados historicamente, a escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos, e usados provavelmente para contar o gado, numa época em que o homem já possuía rebanhos e domesticava os animais. Esses registros passaram a ser usados
nas trocas e vendas, representando a quantidade de animais ou de produtos negociados. Para isso, além dos números, era preciso inventar os símbolos para os produtos e para os proprietários.
[...]Em relação a essa necessidade, Cagliari (1998 p. 15) afirma que: “O longo do processo de invenção da escrita também incluiu a invenção de regras de alfabetização, ou seja, as regras que permitem ao leitor decifrar o que está escrito e saber como o sistema de escrita funciona para usá-lo apropriadamente”.
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[....] No tempo em que surgiu a escrita, pouca importância se dava ao processo de alfabetização, até porque a necessidade de domínio da mesma era menor. Aprendia-se e ensinava-se apenas o básico para se comunicar através da leitura e da escrita, tendo como forma de ensino um modelo mecânico. Isto acontecia porque
nessa época de escrita primitiva, ser alfabetizado significava saber ler o que aqueles símbolos significavam e ser capaz de escrevê-los, repedindo um modelo mais ou menos padronizado, mesmo porque o que se escrevia era apenas um tipo de documento ou texto (CAGLIARI, 1998, p. 14).
[...]Cagliari (1998, p. 15) afirma que,
Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização.
[...] Muito mais tarde o ensino da leitura e da escrita, ou seja, o processo de alfabetização chegou ao Brasil, tendo início com os jesuítas, dos quais ensinavam a ler e a escrever, Paiva (2003, p. 43) confirma que, “desde que chegaram ao Brasil, os jesuítas estabeleceram escolas e começaram a ensinar a ler, a escrever, e a contar e cantar”.
[...] A partir dos relatos de Ramos (1953, p. 102) pode-se confirmar a forma mecânica em que era e ainda ás vezes é realizado o ensino desse processo de aquisição da leitura e escrita. Escreveu ele:
Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes da primeira e com os mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós. Quatro sinais com uma só denominação. Se me habituasse às maiúsculas, deixando as minúsculas para mais tarde, talvez não me embrutecesse. Jogaram-me simultaneamente maldades grandes e pequenas, impressas e manuscritas.
Através desses relatos citados acima é possível observar que a forma em que foi realizada a alfabetização foi prejudicial, pois o que foi ensinado se deu de uma forma mecânica e tradicional, que infelizmente ainda persiste em muitos lugares do Brasil. A mudança deste paradigma é um trabalho bastante árduo.
Sobre o surgimento da escrita, ressalto a ausência da necessidade de ser editado as primeiras leis, por meio de editos, dos quais o regimento de regras é importante na sociedade, no controle e o poder estava nas mãos daqueles que detinham o conhecimento da leitura e da escrita, os escrivãos.
2.2 O CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO
É afirmado que alfabetização vai além de uma decodificação em que segundo Val (2006, p. 19),
pode-se definir alfabetização como o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita.
Já para Perez (2002, p. 66) a alfabetização
é um processo que, ainda que se inicie formalmente na escola, começa de fato, antes de a criança chegar à escola, através das diversas leituras que vai fazendo do mundo que a cerca, desde o momento em que nasce e, apesar de se consolidar nas quatro primeiras séries, continua pela vida afora. Este processo continua apesar da escola, fora da escola paralelamente à escola.
[...] a alfabetização acontece dentro e fora do ambiente escolar. A alfabetização é então, a ação de fazer com que a pessoa se aproprie de habilidades que levam a leitura e a escrita.
Neste momento, poderia ter compreendido posicionamentos entre alfabetização, letramento, e analfabetismo funcional conforme mencionado na introdução.
2.3 OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
[...] O conceito de método para, Correa e Salch (2007, p. 10)
afirmam que:
A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar a determinado fim.
A alfabetização não possui receita pronta em relação ao método, pois a forma de aprendizagem de uma criança pode ser diferente da outra. O método aplicado em uma turma pode não ter o mesmo resultado em outra. É importante lembrar que a criança não é só mais uma peça feita por uma empresa que possui um molde e produz todas as peças iguaiszinhas.
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[...] Os métodos de alfabetização existentes podem ser classificados como métodos sintéticos e os métodos globais. Mas, para a aplicação dos mesmos, Carvalho (2008, p. 46) afirma que:
Para a professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas não suficiente. A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e atenção para observar as reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar soluções para os problemas dos alunos que não acompanham.
Como existem vários métodos, cabe ao professor conhecê-los e escolher qual é a melhor forma de trabalhar esse processo de alfabetização inicial com seus alunos. É importante que antes da escolha do método, o professor conheça seus alunos. Pois, caso contrário, este pode ser um dos motivos para o insucesso do processo.
2.3.1 Métodos Sintéticos
Os métodos sintéticos partem da soletração para à consciência fonológica, e tem como objetivo que o aluno se torne alfabetizado a partir da decodificação dos sons que as letras têm, ou seja, o grafema fonema.
[...] Cagliari (1998 p. 25) afirma que: “partia-se do alfabeto para soletração e silabação, seguindo uma ordem hierárquica crescente de dificuldades, desde a letra até o texto”.
São métodos sintéticos: soletração, silabação, método fônico, método da abelhinha e o da casinha feliz, todos eles quando aplicados pelo professor, partem ensinando da soletração para a consciência fonológica.
Mas, para a aplicação desses métodos sintéticos é necessário cuidado, visto que o fonema, ou seja, o som de algumas letras quando junto de outras podem ter sons diferentes, sendo necessário então, trabalhar isso durante o processo de
alfabetização. Carvalho (2008, p. 28) afirma que:
Um cuidado que deve ser observado na aplicação dos métodos fônicos decorre da própria natureza do Português, língua alfabética na qual uma letra pode representar diferentes sons conforme a posição que ocupa na palavra, assim como um som pode ser representado por mais de uma letra, segundo a posição. Assim, não basta ensinar o som da letra em posição inicial da palavra, mas é preciso mostrar os sons que as letras têm em posição inicial, medial (no meio) ou final da sílaba.
Embora o texto posicione que esse método pode ser bom para uns e ruim para outros, acredito que a aplicação do método sintético pode ser criativa e dependente do planejamento de recursos do professor, onde ao afirmar que pode ser ruim pra outros, é arriscado dizer sendo que o indivíduo pode interagir e tal como Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia (1996) cita que o professor deve estimular a curiosidade e a investigação sendo mediador e condutor do processo, deste modo considero que há confrontação entre os conceitos à tal afirmação.
2.3.2 Métodos Analíticos ou Globais
[...] são conhecidos como analíticos ou globais. Sua aplicação visa alfabetizar a criança a partir de histórias ou orações. Quando essa nova forma de se alfabetizar chegou ao Brasil exigiu uma grande mudança por parte dos professores, por serem muito diferentes dos métodos sintéticos, os globais possuem como objetivo alfabetizar a criança da parte maior para a menor, ou seja, dos textos ou orações para as letras. É o caminho inverso.
Acredito que o estímulo da leitura pode vir não apenas da aplicação do método analítico, pois depende de como a arte de leitura é trabalhada em sala de aula, não desmerecendo o método sintético, onde ambos podem ser trabalhados e o prazer pela leitura é estimulado independente da escolha do método.
São considerados globais os seguintes métodos: métodos de conto, método ideovisual de Decroly, método natural Freinet, a metodologia de base linguística ou psicolinguística, etapas de uma unidade, alfabetização a partir de palavra-chave,método natural, síntese dos passos de aplicação e o método Paulo Freire. Em todos esses métodos o professor deverá partir de textos ou orações até chegar às letras,ou seja, do maior para o menor.
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Sobre isto, Carvalho (2008, p. 18) afirma que:
São os chamados métodos analítico-sintéticos, que tentam combinar aspectos de ambas as abordagens teóricas, ou seja, enfatizar a compreensão do texto desde a alfabetização inicial, como é próprio dos métodos analíticos ou globais, e paralelamente identificar os fonemas e explicitar sistematicamente as relações entre letras e sons, como ocorre nos métodos fônicos.
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Os conceitos de alfabetização e letramento estão bem explicitados, contudo o trabalho com a questão do desenvolvimento da leitura, processo de praticidade na vida social e a importância do letramento poderia ser mais abordado.
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu: Pensamento e Ação no Magistério. 1. Ed. São Paulo: Scipione, 1998.
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: Um Diálogo entre a Teoria e a Prática. 5. Ed. Rio de Janeiro Vozes, 2008.
CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento: Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007.
FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre a Alfabetização. 24. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MOREIRA, Daniel Augusto. Analfabetismo Funcional: O Mal Nosso de cada Dia. 1.
PAIVA, José Maria de. Educação Jesuítica no Brasil Colonial. In: LOPEZ, Eliane Marta Teixeira (org.). 500 Anos de Educação no Brasil. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
RAMOS, Graciliano. Infância. 3. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953.
SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004. In: CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
“ Conhecimento é um resultado de processos que envolve abordagens do objeto, do homem, do meio e da interação entre si, onde diferentes ações educativas, envolvem diferentes formas de aprendizagem e o estudo das diferentes linhas pedagógicas fornecem diretrizes à ação docente.
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