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quarta-feira, 20 de julho de 2022
sexta-feira, 20 de março de 2020
CONCEPÇÕES DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: SUPERANDO A BUROCRACIA CURRICULAR
CONCEPÇÕES DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: SUPERANDO A BUROCRACIA CURRICULAR
Disponível em periódicos da UFPE.
MLSS
WMBM
O currículo é pensado como um conjunto de disciplinas, sendo o currículo oculto que se manifesta pela relação de poder em sala de aula o qual compreende o que está em torno do aprendizado. Os saberes básicos como ler, escrever, contar não são suficientes à formação do indivíduo, como a compreensão das relações de poderes. A formação curricular envolve relações sociais, determinantes para o processo de aprendizagem em sala de aula. “[...] seja, o currículo formal deve ser continuamente transformado, em um Currículo Real, por meio de planejamentos (bimestrais, anuais) e planos de aula, que possam vir a se constituir em ação didática.” “[...] as diferentes concepções de rendizagem que fundamentam o processo de ensino e como interferem no currículo [...] as diferentes formas de trabalhar o currículo possibilitam a formação de diferentes sujeitos, preparados para diferentes formas de inserção social[...]”. “Trata-se da educação com objetivos para além da formação de indivíduos aptos ao trabalho, que leve em consideração o conhecimento científico historicamente elaborado e a práxis social que o aluno vivencia.[...]” “[...] Como os objetivos pedagógicos restringem-se à memorização, dificilmente o aluno a ultrapassa, redundando em uma aprendizagem mecanizada e repetitiva.[...]” Sendo o conhecimento resultado da experiência, o homem é produto do meio. A escola estando inserida no ambiente de mercado de trabalho torna-se produtora dessa demanda como base, sendo assim cada escola possui seu próprio currículo, entretanto o processo educativo passa possuir relação bijetora em que aluno e professor se modificam em relação ao meio como resultado da aprendizagem.
Na concepção tradicional o aluno é considerado uma página em branco onde o conteúdo deve ser memorizado e armazenado.
A concepção comportamentalista se restringe ao empirismo, onde a experiência produz conhecimento e o educar é resultante de reforços entre acertos e erros. A abordagem da tarefa dissociada de seus fundamentos desloca do objetivo da aprendizagem e o aluno fica dependente da condução do professor ao resultado.
A concepção humanista dá ênfase a relações, centrando na personalidade do indivíduo e na sua capacidade de integrar, sendo o professor facilitador da aprendizagem do aluno e os conteúdos passa vir de modo secundário “[...] concepção humanista peca por não considerar o saber científico, acumulado ao longo da evolução humana, como fundamental.
para o desenvolvimento educativo do aluno. Peca ainda, por não considerar o movimento da história e suas contradições, fazendo com que a escola deixe de mesclar os conhecimentos científico e humano, fato que contribuiria na formação de indivíduos capazes de enxergar os problemas e possíveis soluções sociais, além dos limites do cotidiano. [....]”Na concepção cognitivista, considera surgimento da aprendizagem como a relação dos resultados de estímulos entre o sujeito (cognoscível) e o objeto cognoscente, sendo a interação imprescindível ao processo, sendo o aprendizado dependente de uma prática pedagógica adequada, o aluno passa por etapas de construção do conhecimento por meio de desafios lançados pelo professor, as novas informações se readaptam as já possuídas, pois o conhecimento é ligado a algo que o aluno possa vivenciar.
A concepção histórico-crítica “[...] Objetiva-se uma Educação que ultrapasse a formação dos conceitos, levando o aluno a refletir sobre seu papel na sociedade, dentro da sala de aula, para que ele possa nessa relação teoria e prática encontrar novas maneira de atuar no contexto em que vive. Uma Educação que tenha a intenção de criar no aluno uma atitude crítica quanto às relações sociais nas quais se insere.[...]” o professor trabalha os conhecimentos científicos articulados à sociedade, por meio de mediação dialética, compreendida por referência a diferença, a heterogeneidade, a repulsão e o desequilíbrio entre seus termos: o saber imediato e o saber mediato. “[...] um trabalho pedagógico na perspectiva da mediação dialética que favorece o interesse do aluno, na medida em que ele percebe que seu conhecimento não é suficiente e esclarecedor ao ser posto à frente desse novo conceito.[...] O processo de síntese ocorre pela contradição tanto entre as próprias partes, quanto entre essas partes e o todo.[...]”
“[...] É na sistematização da vivência cotidiana reflexiva e crítica que se revela no planejamento de aulas e se materializa no dia a dia da sala de aula que a práxis se consubstancia e se revê apoiada pelos fundamentos teóricos da ação docente, objetivando uma educação de qualidade e intencional.” o professor tem o papel na aprendizagem e na transformação social.
Fichamento AMP
quinta-feira, 19 de março de 2020
A importância da alfabetização nos anos iniciais
A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS
IMM SOARES
Disponível em monografias da UFRN
Alfabetização é a capacidade do indivíduo codificar e decodificar que resulta na habilidade de leitura, interpretação e aquisição do conhecimento, sendo assim a alfabetização ocorre em meios de interação social, onde a criança assimila processos de inserção do ambiente que se insere de suas práticas sociais…”.[...] A criança ao iniciar a escrita, basicamente o processo de alfabetização ela sente dificuldade em assimilar instantaneamente, pois irá confundir-se, fazer junções repetitivas de palavras, muitas vezes faltando letras, ao longo do processo ela terá condições de associar a pronuncia das palavras ao significado deste modo simultaneamente a criança desenvolverá a escrita de maneira peculiar expressando a ideias de forma significativa. Pois a escrita é a forma real do pensamento humano e faz parte da alfabetização.”[...] para Ferreiro a criança antes de ser inserida na educação formal a criança tenta interpretar, decodificar e ler o que está a sua volta do seu jeito, o chamado de conhecimento prévio. “[...] a criança tem acesso a esses mecanismos e desenvolve suas habilidades de leitura e escrita associando a compreensão e interpretação do meio em que está inserida, como sujeito transformador da sua própria realidade [...]” A diferença entre alfabetização e letramento : “[...] pessoa letrada é aquela que faz uso no seu cotidiano que envolve a leitura e escrita, e a pessoa alfabetizada adquiriu fielmente o conhecimento sistemático no contexto escolar.[...]”
Para minimizar as dificuldade da alfabetização é necessário identificar as etapas que a criança se encontra no processo, conhecer o processo de assimilação da leitura e da escrita. “[...] conhecimento da escrita acontece gradativamente pois a criança terá condições de associar palavras a imagens que serão incorporadas no cotidiano das práticas sociais. Uma das preocupações atualmente são as avaliações na alfabetização pois elas contribuem para verificar o nível de aprendizagem dos discentes, procurando informações precisas com diagnóstico a fim de conhecer a realidade dos discentes [...]”
Na pesquisa de campo a Escola Municipal Francisco Pereira Mattos proporcionou concluir perfil do professor na etapa da turma de primeiro ano, em que os educadores afirmam que a alfabetização ocorre quando a criança se apropria de símbolos como letras, palavras, números e outros, citam que a dificuldade encontrada na alfabetização está na limitação precária do meio social em que a criança se dispõe. Um outro pormenor é a falta do estímulo familiar, onde o entendimento é que a criança precisa ir à escola por cumprimento legislativo, apenas. Ou quando a família possui necessidades precária à educação, condições de formação familiar em situações de violência ou desestruturada.
“[...] É importante como o educador encaminha, direciona as atividades para os alunos. Ele é um condutor do saber auxiliando a elevar o nível de desenvolvimento das habilidades e a busca por recursos, materiais diversificados faz toda a diferença na alfabetização.[...]”
“[...] avaliação dessa natureza permite a construção de um diagnóstico do sistema de ensino, revelando os saberes construídos pelos alunos em diversos momentos do seu percurso escolar. A avaliação é um instrumento importante e se faz necessária para verificar o nível de aprendizagem dos alunos naquele corrente ano, como também tem por finalidade detectar os fatores que contribuem negativamente e positivamente.[...]”
“[...] compreende-se que a alfabetização acontece no ambiente escolar de acordo com as aptidões e meios que a criança está inserida, isto é que nem todas as crianças tem acesso ou não consegue se alfabetizarem no tempo adequado necessitando serem estingadas e estimuladas diariamente.”
Quanto ao papel da escola, considera que a escola deve proporcionar ambiente de aprendizagem, cabendo obter consciência da importância da alfabetização e do letramento deste modo “[...] o educando terá condições frente as práticas sociais, mudar suas concepções atitudes, ser autônomo e responsável por sua própria transformação de forma consciente.”
As múltiplas atividades proporcionadas dentro e fora da escola, cabe ao professor conhecer os níveis de aprendizagem a fim de obter sucesso na diversidade dos estímulos de aprendizagem por meio das múltiplas atividades “[...] a maneira de ensinar que a criança apropria-se do conhecimento e isso implica na maneira de aprender o ensinar e o aprender caminham lado a lado. Aprender a ser, a ver as coisas da sua maneira contribui para a autonomia da criança, onde deve ser levado em consideração o pensamento, a forma de agir, opinar, questionar de como interpreta e compreende tudo ao seu redor.”
“[...] Cabe a instituição educativa repensar, reavaliar os seus métodos enfim a forma de como a criança aprende melhor buscando meios e possibilitando a sua efetivação de forma prazerosa, que envolve o educando ampliando a sua capacidade em aprender a conviver com as diferenças de forma harmoniosa.” [...] interpretando as diversas situações com responsabilidade e compromisso a maneira de agir fará toda diferença para a sua evolução como ser humano, cidadão autônomo de seus direitos e deveres na sociedade.”
Nos limites e as possibilidades da educação escolar se conceitua em formar conscientemente valores e caráter por meio de fornecimento de qualidade do ensino, “[...] de renovar-se a cada dia buscando inovar seus métodos, currículo, as formas de como avaliar, como também acompanhar as tendências tecnológicas que estão inseridas no contexto atual.”
“ [...] aprendizagem está relacionada ao que se deseja alcançar, as inquietações e as dúvidas vão projetar novos caminhos. As descobertas ao observar o processo de ensino aprendizagem nos depara-se com a sua evolução, dificuldades e transformação em que o educador deve ter consciência de sua inclusão de maneira responsável na vida escolar do educando [...]”
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
Introdução e Capítulo I do Livro teorias da Aprendizagem
Fichamento e resumo: MOREIRA, Marco A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo:Edtitora Pedagógica e Universitária, 1999.
Introdução
Teorias da aprendizagem
Introdução
Para Moreira (1999), organizadores prévios é o nome associado a aprendizagem significativa, sendo a estratégia para manipular a estrutura cognitiva do educando e facilitatora de aprendizagem significativa, considerando que são materiais introdutórios antes do material de aprendizagem, detinado a facilitar a aprendizagem, possuindo um efeito pequeno, e ineficaz quando ocorre ausencia de pre disposição ao aprendizaddo.
Teorias da aprendizagem
É uma área de conhecimento que determina a aprendizagem por explicar sua funcionalidade, outrora chamada de estímulo, sendo tratada como construtivista. Alguns efeitos são diagnosticados como aprendizagem: condicionamento, aquisição de informação, mudança de comportamento estável, uso de conhecimentos na resolução de problemas, construção de novos significados, entre outros, existindo aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora. A aprendizagem cognitiva está focalizada na cognição, aprendizagem afetiva nas experiencias como prazer, dor, satisfação ou descontentamento, a aprendizagem psicomotora se ocupa nas respostas musculares.
Filosofias
É representada por três filosofias: comportamentalista, humanista e cognitivista.
Comportamentalismo
Encontrado pela observação comportamental resultante das respostas dadas aos estímulos, estando também após a emissão das respostas como consequência, sendo esta resultante do aumento do estímulo, do contrário a consequência diminuirá, sendo controlável após eve posteriores a exibição do comportamento, como aquilo que o aluno é capaz de executar, em quanto tempo e sob quais condições.
Cognitivismo
Enfatiza o que o cognitivismo aberto é o ato de como o ser humano conhece o mundo, sendo processos mentais atribuídos de significados pela compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação, sendo a cognição uma construção, chegando ao construtivismo nos anos 80. O construtivismo é cognitivista pois o aluno não é visto como agente de construção de sua própria estrutura cognitivista.
Humanismo
No humanismo o aluno é visto como um todo, como um ser que pensa, ente e age.
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Cap I
Teorias Behavoristas Antigas
São tentativas de interpretar sistematicamente, organizar, fazer previsões sobre o conhecimento relativo à aprendizagem, sendo a teoria da aprendizagem uma construção humana que representa novos esforços para interpretar a área do conhecimento, chamada aprendizagem.
Teorias Conexionistas (estímulo e resposta)
As teorias conexionistas tratam a aprendizagem como conexão entre estímulos e respostas, todas as respostas são condicionadas por estímulos recebidos. A teoria cognitivista trata como indivíduo cognoscente processa, compreende e dá significados à informação. .
O Behavorismo de Watson
Acredita que o comportamento precede de estímulos e sucede em consequência, focaliza estímulos por condicionamento, chamado de aprendizagem sinal. Para Watson a ocorrência da resposta incondicionada por comportamento resulta em movimento muscular, sendo que estímulos e respostas ocorrem juntos e a continuidade sozinha destes, é suficiente para uma aprendizagem.
O princípio da frequência significa que quanto mais associamos uma resposta a um estímulo, mais provavelmente associamos outra vez.
As emoções são dadas por respostas condicionadas e incondicionadas, o conhecimento é obtido pelo processo de aprender e dar continuidade apropriada.
A teoria da Contiguidade de Guthrie
Para Guthrie, se uma resposta acompanha um estímulo, tenderá acompanhá-la outra vez tornando um hábito, sendo a prática necessária para fazer novas conexões, sendo proposto três técnicas para transformar resposta indesejáveis em desejáveis:
1 método da fadiga - o sinal é repetido ate que a resposta canse e repete até que nova resposta seja dada.
2 método dos limites - o estímulo é introduzido repetidamente até ser retirado num grau fraco que não obtenha resposta, ou seja, é dado uma resposta coerente ao estímulo que não será suprimido.
3 método do estímulo incompatível- o estímulo acontece quando não se pode dar respotas, surgindo diferentes respostas até que seja obtido uma resposta desejada.
A teoria de Guthrie é baseada na interferência e a extinção de respostas acontecem por aprendizagem de uma resposta incompatível onde o esquecimento é tratado como uma interferência entre velhas e novas aprendizagens.
O conexionismo ( associacionismo) de Thorndikke
Para Thorndike a aprendizagem surge por estímulo e resposta assume a forma de conexões neurais que se fortalecem por meio do uso e desuso.
1 Lei do efeito - acontece quando a conexão é seguida de consequência satisfatória quando fortalecida e enfraquecida por estado irritante em que provavelmente a resposta não subsistirá - esforço positivo e negativo.
2 Lei do exercício - o fortalecimento é considerado um aumento da probabilidade e ocorre por meio de resposta quando a situação se repetir.
3 Lei da prontidão - quando a tendencia para a ação é despertada por ajustamentos preparatório, a concretização da tendência é satisfatória e sua não concretização é irritante.
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A Teoria Formal de Hull
Baseia-se no organismo entre o estímulo e a resposta, postula variáveis simbólicas, para ver se essas interferências estão ligadas a variáveis de entrada e saída .
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO MENTAL DO INDIVIDUO
Fichamento Artigo: DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO MENTAL DO INDIVIDUO
Maria Sebastiana Gomes Mota
Francisca Elisa de Lima Pereira
INTRODUÇÃO
[...] A tarefa da escola é de levar o aluno a ser mais critico, mais compromissado e mais otimista em relação à aprendizagem. Suas responsabilidades atuais são bem maiores. Além de instrumento de formação física, intelectual e moral, cabe-lhe a missão de promover a integração harmoniosa do educando no seio da comunidade, fornecendo-lhe todos os elementos para que se possa tornar um fator de progresso individual e social, sendo a aprendizagem, um processo de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e orientados no processo ensino aprendizagem.
Processo de Construção do Conhecimento e Desenvolvimento Mental do Indivíduo
[...] O desenvolvimento geral do individuo resulta de suas potencialidades genéticas e, sobretudo, das habilidades aprendidas durante as várias fases da vida. A aprendizagem está diretamente relacionada com o desenvolvimento cognitivo que permite ao sujeito compreender melhor as coisas que estão à sua volta, seus companheiros, a natureza e a si mesmo, capacitando-o a ajustar-se ao seu ambiente físico e social.
A teoria da instrução de Jerome Bruner (1991), [...] Considera a aprendizagem como um processo interno, mediado cognitivamente, mais do que como um produto direto do ambiente, de fatores externos ao aprendiz. Apresenta-se como o principal defensor do método de aprendizagem por descoberta (insight),considera a existência de estágios durante o desenvolvimento cognitivo e propõe explicações similares às de Piaget, quanto ao processo de aprendizagem. Atribui importância ao modo como o material a ser aprendido é disposto, assim como Gestalt, valorizando o conceito de estrutura e arranjos de idéias. “Aproveitar o potencial que o indivíduo traz e valorizar a curiosidade natural da criança são princípios que devem ser observados pelo educador” (BRUNER, 1991, p. 122).
[...] as experiências e vivências que o aluno traz consigo favorecem novas aprendizagens. Bruner chama a atenção para o fato de que as matérias ou disciplinas tais como estão organizadas nos currículos, constituem-se muitas vezes divisões artificiais do saber. Por isso, várias disciplinas possuem princípios comuns sem que os alunos – e algumas vezes os próprios professores – analisem tal fato, tornando o ensino uma repetição sem sentido, em que apenas respondem a comandos arbitrários, Bruner propõe o ensino pela descoberta. O método da descoberta não só ensina a criança a resolver problemas da vida prática, como também garante a ela uma compreensão da estrutura fundamental do conhecimento, possibilitando assim economia no uso da memória, e a transferência da aprendizagem no sentido mais amplo e total.
Segundo Bock (2001), a preocupação de Bruner é que para que se garanta uma aprendizagem correta, o ensino deverá assegurar a aquisição e permanência do aprendido (memorização), de forma a facilitar a aprendizagem subseqüente (transferência). Este é um método não estruturado, portanto o professor deve estar preparado para lidar com perguntas e situações diversas, necessitando saber esperar que os alunos cheguem à descoberta, sem apressa-los, mas garantindo a execução de um programa mínimo. Deve também ter cuidado para não promover um clima competitivo que gere, ansiedade e impeça alguns alunos de aprender.
O modelo de ensino e aprendizagem de David P. Ausubel (1980) a aprendizagem significa organização e integração do material aprendido na estrutura cognitiva, estrutura esta na qual essa organização e integração se processam. [...] na psicologia cognitiva, a aprendizagem é uma mudança que se preocupa com o eu interior ao passar de um estado inicial a um estado final. Implica normalmente uma interação do individuo com o meio, captando e processando os estímulos selecionados, sendo o ato de ensinar uma compreensão do espaço do professor na sala de aula ou às atividades desenvolvidas pelos alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a escola encontram-se em contextos mais globais que interferem no processo educativo e precisam ser levados em consideração na elaboração e execução do ensino, assim ensinar algo a alguém requer uma visão de mundo (incluídos aqui os conteúdos da aprendizagem) e planejamento das ações (entendido como um processo de racionalização do ensino).
O meio escolar se reduz ao processo através do qual são definidos os objetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ensino, os recursos didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem, bem como a bibliografia básica a ser consultada no decorrer de um curso, série ou disciplina de estudo. Com efeito, este é o padrão de planejamento adotado pela maioria dos professores e que passou a ser valorizado apenas em sua dimensão técnica [...] e a aprendizagem está ligado a este contexto e ao modo de cultura que orienta um modelo de homem e de mulher que pretendemos formar, para responder aos desafios desta sociedade. Por esta razão, pensamos que é de fundamental importância que os professores saibam que tipo de ser humano pretendem formar para esta sociedade, pois disto depende, em grande parte, as escolhas que fazemos pelos conteúdos que ensinamos, pela metodologia que optamos e pelas atitudes que assumimos diante dos alunos. De certo modo esta visão limitada ou potencializada o processo ensino-aprendizagem não depende das políticas públicas em curso, mas do projeto de formação cultural que possui o corpo docente e seu compromisso com objeto de estudo.[...]
[...] as idéias básicas de Piaget (l969, p.14) sobre o desenvolvimento mental e sobre o processo de construção do conhecimento, que são adaptação, assimilação e acomodação. Piaget diz que o individuo está constantemente interagindo com o meio ambiente. Dessa interação resulta uma mudança contínua, que chamamos de adaptação. Com sentido análogo ao da Biologia, emprega a palavra adaptação para designar o processo que ocasiona uma mudança contínua no indivíduo, decorrente de sua constante interação com o meio.
[...] A assimilação está relacionada à apropriação de conhecimentos e habilidade. O processo de assimilação é um dos conceitos fundamentais da teoria da instrução e do ensino. Permite-nos entender que o ato de aprender é um ato de conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os fatos, fenômenos e relações do mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo das matérias de ensino. Nesse sentido, podemos dizer que a aprendizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e os objetos de conhecimento.
A acomodação é que ajuda na reorganização e na modificação dos esquemas assimilatórios anteriores do indivíduo para ajustá-los a cada nova experiência, acomodando-as às estruturas mentais já existentes. Portanto, a adaptação é o equilíbrio entre assimilação e acomodação, e acarreta uma mudança no indivíduo.
A inteligência desempenha uma função adaptativa, pois é através dela que o indivíduo coleta as informações do meio e as reorganiza, de forma a compreender melhor a realidade em que vive, nela agi, transformando. Para Piaget (1969, p.38), a inteligência é adaptação na sua forma mais elevada, isto é, o desenvolvimento mental, em sua organização progressiva, é uma forma de adaptação sempre mais precisa à realidade. É preciso ter sempre em mente que Piaget usa a palavra adaptação no sentido em que é usado pela Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no indivíduo em decorrência de sua interação com o meio.
Portanto, é no processo de construção do conhecimento e na aquisição de saberes que devemos fazer com que o aluno da EJA seja motivado a desenvolver sua aprendizagem e ao mesmo tempo superar as dificuldades que sentem em assimilar o conhecimento adquirido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...] a relação entre ensino e aprendizagem é uma relação recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade dos alunos. O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de aprendizagem dos alunos, pois tem um caráter eminentemente pedagógico, ou seja, o de dar um rumo definido para o processo educacional que se realiza no ambiente escolar.
A aprendizagem é a assimilação ativa de conhecimentos e de operações mentais, é a criação de uma forma de conhecimento humano – relação cognitiva entre aluno e matéria de estudo – desenvolvendo-se sob as condições específicas do processo de ensino. O ensino não existe por si mesmo, mas na relação com a aprendizagem.
Assim sendo, a aprendizagem tem um vínculo direto com o meio social que circunscreve não só as condições de vida do individuo mas também a sua relação com o ambiente escolar e o estudo, sua percepção e compreensão das matérias. [...]
Referências Bibliográficas
AUSUBEL, D. e NOVAK, A. Psicologia educacional. 3a ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
BOCK, A.; al. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. 7a ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
BRAGHIROLLI, E. et al. Psicologia Geral. 16a ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
BRUNER, J. O Processo da educação Geral. 2a ed. São Paulo: Nacional, 1991.
LOPES, Antonia Osima. Planejamento do ensino numa perspectiva de educação. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Repensando a didática, 16a. Ed. Campinas: Papirus, 2000. P.158
PIAGET, J. O nascimento do raciocínio na criança. 5a. Ed. São Paulo: El Ateneo, 1993.
Aline Mendonça
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
O ALUNO PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO MÉDIO: AS RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA
Fichamento:
Autores:
Jéssica Harume Dias Mutoi
Juliane Ap. de Paula Perez Camposii
Eleonice Máximo e Meloi
Artigo: O ALUNO PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO MÉDIO:
AS RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA
[...] para melhoria do acesso ao público de educação especial é necessário melhorias, e o movimento tem como objetivo o acesso, permanência e qualidade, onde ao longo da história as pessoas com deficiência eram escolarizadas na escola.
[...] a pessoa com deficiência carrega em sua trajetória uma descriminalização em decorrência de fatores sócio-político-econômico. Durante séculos ocorreram poucas iniciativas de atendimento educacional ao PAEE, que muitas vezes eram restritas a atendimentos isoladas.[...]
A educação como um todo ganha um marco importante em 1988, com a promulgação da Constituição Brasileira na qual atribui-se ao Governo a responsabilidade por garantir o acesso de todos ao ensino, o que antes não acontecia. Segundo Mendes (2010), mesmo que constando no âmbito legislativo, ainda na década de noventa muitas das crianças com deficiências não estavam na escola. Nesse panorama, inclui-se também às pessoas com deficiência no ensino regular (BRASIL, 1988).[...]A evasão escolar é discutida no estudo de Souza et al. (2011) que trazem duas vertentes da evasão: os fatores externos, considerados aqueles relacionados principalmente com a desigualdade social, como a necessidade de trabalhar para ajudar a família, o ingresso na criminalidade e violência e os problemas familiares; e os fatores internos, aqueles ligados diretamente à escola, ou seja, a gestão escolar, os alunos, os professores, a comunicação dentro dessa comunidade e as políticas de governo que norteiam a educação básica podem estar relacionadas diretamente à evasão escolar dos alunos.[...]
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Método
Por meio da abordagem qualitativa, foi escolhida uma instituição de ensino do município em que haviam o maior número de matrículas de alunos PAEE no ensino médio. A pesquisadora entrou em contato com o coordenador pedagógico do ensino médio dessa instituição convidando-o a participar da pesquisa; autorizado, foi solicitado que a instituição entrasse em contato com os familiares de alunos PAEE matriculados no ensino médio.[...]
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[...] Foram categorizados em: a) Inclusão: apresenta qual a visão da família diante da inclusão de seu filho em uma instituição de ensino regular, buscando compreender o que a família entende e se ela é favorável à esse processo inclusivo; b) Alunos público alvo da educação especial na escola regular: traz questões relacionadas ao aluno estar matriculado em uma instituição de ensino regular, ou seja, se o ensino alcança à demanda do aluno diante da visão familiar, se há um atendimento da educação especial e como é a relação com os profissionais da escola; c) Família e escola: busca compreender se há contato da família do aluno PAEE com a equipe escolar, como e com qual frequência se dá esse contato; a compreensão da família sobre o aprendizado do seu filho e a metodologia de ensino utilizada; e como esse se comporta dentro do ambiente Famíliar e escolar; e d) Aluno público alvo da educação especial no Ensino Médio: busca conhecer qual a perspectivia da família diante do aluno PAEE estar matriculado no ensino médio e quais as expectativas após o término desse módulo de ensino.
Resultados e discussão
[...] Das quatro mães, apenas uma relatou não saber o que era inclusão, e diante disso não foi possível responder as questões desse eixo temático.[...]
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[...] Contudo, 50% dos participantes afirmaram constatar significantes progressos na aprendizagem de seus filhos, pois a letra melhorou e adquiriu a leitura; P3 ressalta ainda que os materiais adaptados fornecidos pela escola para a aluna com baixa visão foram fundamentais para o seu desenvolvimento escolar.[...]
Alunos público alvo da educação especial na escola regular [...] Pressupõe-se que essa falta de inclusão escolar pode ocorrer devido à dificuldade do professor em lidar com o aluno PAEE na sala regular de ensino; pela falta de formação e informação desse professor (GUADAGNINI; DUARTE, 2013); [...] Assim, o ensino tradicional massificante deve ser substituído por um ensino que atenda à diversidade (FIGUEIREDO, 2008).[...] Há uma necessidade no conhecimento prévio sobre todos os alunos PAEE durante a formação acadêmica, e conforme a demanda da prática, é necessário que esse professor aperfeiçoe seus conhecimentos acerca de estratégias e metodologias de ensino e sobre especificidades do desenvolvimento de seu aluno PAEE.[...]
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Diante disso, é questionável a importância da relação família-escola como meio de conhecimento dos atendimentos do aluno PAEE, seus direitos e desenvolvimento escolar. No ensino público há uma fragilidade nessa inter-relação advindo de um contexto social histórico, pois a família não tem a cultura de exigir uma educação de qualidade, confundido-a com a vaga na escola, com o transporte escolar, com o uniforme e a merenda escolar, e a escola se vê como um local onde há profissionais da educação que recebem formação sobre os direitos e deveres de uma instituição de ensino básico o qual deve promover metas educacionais, o acesso ao projeto pedagógico, e o papel que a família tem na educação de uma criança ou adolescente (CASTRO; REGATTIERI, 2009).[...]
Família e escola [...] A escola é um ambiente com a função de promover a aquisição de ciência e instrumentos que possibilitem esse conhecimento avançado (OLIVEIRA; BISINOTO; MARINHO-ARAUJO, 2010). Já o contexto familiar constitui-se como o primeiro ambiente de relações sociais de um indivíduo, onde se proporciona o crescimento e o desenvolvimento (SILVA; DESSEN, 2001). Os pais de alunos PAE, diante do diagnóstico, muitas vezes se deparam com um luto por seu filho não corresponder àquele idealizado, de forma a só enxergar seu filho como um ser incapaz de se desenvolver. Neste sentido, o despreparo do médico para informar aos pais sobre o diagnótisco da criança e a ressalva nos aspectos de déficits, traz inúmeras consequências no estímulo social que essa criança necessita para se desenvolver. Como demostrado na fala da P4, quando diz não se preocupar com a aprendizagem de seu filho, influenciada pela fala médica. Diante dessa falta de preparo dos profissionais da saúde, o momento da escolarização torna-se importante, pois a escola preparada para estimular o desenvolvimento do PAEE, potencializa e mostrar à família as possibilidades no desenvolvimento desse aluno.[...]
Aluno público alvo da educação especial no Ensino Médio [...] Quando o aluno se depara com dificuldades de ensino, repetência e má qualidade de infraestrutura educacional, ele passa a acreditar que a escola não contribuirá para um futuro melhor dentro de sua realidade e deixa de frequentar a escola. Mas, há também casos em que o aluno tem vontade de ir à escola e a família incentiva continuar os estudos,[...]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...] há a necessidade de mudança em relação ao contato entre família e escola, propondo-se alternativas de comunicação com a família, e não somente em reuniões como acontece, mas um dia da semana com horário livre com o professor responsável pela turma do aluno ou com o coordenador, de forma que relate os fatos acontecidos na aprendizagem do aluno e suas dificuldades também, afinal a família pode auxiliar em métodos ou estratégias que beneficie o aprendizado do aluno pela família ser uma extensão da escola. Essas mudanças proporcionaria uma aprendizagem mais rica e funcional para aos alunos, favorecendo seu desenvolvimento cognitivo e social.[...]
[...] Outro aspecto de grande relevância é o papel da educação especial em parceria com o professor regente da sala comum, pois há uma falta de conhecimento sobre as potencialidades e limitações dos alunos público alvo da educação especial. E a inclusão do professor da educação especial na escola pode auxiliar a equipe escolar a ter um outro olhar diante das demandas dos alunos e das famílias. Uma vez que o professor na sala de aula comum passa a atentar-se nas necessidades dos alunos e reconhece uma mudança, ele pode apresentar trabalhos de modos heterogêneos com o mesmo objetivo; a mudança de metodologias e a dinâmica do ensino é de grande importância para todos os alunos.[...]
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Currículo da Educação Básica No Brasil
Fichamento de Transcrição e Resumo
MELLO, Guiomar Namo de. CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL: concepções e políticas. Setembro de 2014. Disponível em:http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2015/09/guiomar_pesquisa.pdf.Acesso em: Jan 2018.
MELLO, Guiomar Namo de. CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL: concepções e políticas. Setembro de 2014. Disponível em:http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2015/09/guiomar_pesquisa.pdf.Acesso em: Jan 2018.
Currículo da Educação Básica No Brasil
“ Pensar em currículo, é pensar em diferentes concepções, pois o currículo é compreendido como uma fonte de saber inquestionável, que outrora envolvidos por Trivium e o Quadrivium , ao longo da história o currículo garantiu a várias gerações a transmissão do saber. O currículo, quando o professor é um mediador para facilitar o alcance do conhecimento, é considerado emancipador. A didática do conhecimento é centrada na aprendizagem e no resultado.
Antecedentes históricos das decisões curriculares
“[...] Dom João VI criou, em 12 anos, 9 instituições de ensino superior além de biblioteca e imprensa reais e, ainda, um jardim para estudo de botânica, um laboratório de química, um observatório e um museu. Essas instituições da cultura letrada foram transplantadas para um país cuja capital tinha 80% de analfabetos no início do século XIX.[...] a independência no Brasil veio a preservar o império, até então a educação era centralizada em preservar o ensino à corte, contudo em 1830 inicia a implatação do ensino à população pelas escolas primárias [...] Em 1855 o mesmo Imperador fez aprovar o primeiro currículo nacional que indicava as disciplinas a serem ensinadas no nível elementar – em geral de 4 anos de duração – e no nível então chamado “superior” que corresponderia ao que hoje chamamos de ensino fundamental II e ensino médio. No nível elementar estavam incluídos leitura, escrita, e conteúdos muito básicos de gramática, aritmética, pesos e medidas, além de história sagrada e educação moral. No primeiro nível do “superior que veio a ser depois chamado de ginásio e ao qual só tinham acesso os aprovados num exame de admissão, esses conteúdos eram divididos em pelo menos 10 disciplinas que incluíam Francês e Latim. Com a república em 1940, fora fixadas disciplinas obrigatórias para todos níveis de ensino[...] o número de disciplinas chegava a 16 para o ensino colegial, hoje chamado ensino médio. Ao poder federal cabia ainda, em colaboração com os estados, traduzir cada disciplina em programas específicos, que deveriam ser flexíveis, indicando apenas as diretrizes gerais, que prevaleceu até a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da educação, LDB n. 4024/1961, bem como a criação do Conselho Federal de Educação e Conselhos Estaduais de Educação, deste modo a educação no Brasil é burocratizada envolvendo a União e o Estado.[...]O modelo curricular da LDB 4024/1961 foi "aperfeiçoado" pela LDB 5692/1971, com mais uma divisão do currículo, agora em núcleo comum e parte diversificada, esta última para atender às peculiaridades locais e às diferenças individuais dos alunos.[...]após a promulgação da LDB 5692/1971 o CFE aprovou o Parecer 853/1971(BRASIL) que dá sentido pedagógico e regulamenta a lei, introduzindo o conceito de matéria para designar genericamente o que deve constar no currículo. [...] Dessa forma a escola primária e obrigatória no Brasil passou a ter 8 anos: quatro do antigo primário e quatro do antigo ginásio. A essa união a lei denominou ensino de primeiro grau, posteriormente chamado de ensino fundamental que, não por acaso, até hoje é diferenciado em ensino fundamental I e ensino fundamental II. Hoje a fragmentação do currículo aliada ao encurtamento do dia escolar, forçado pela expansão quantitativa desqualificada, faz com que o professor especialista de disciplinas tenha que trabalhar em duas, três escolas, para completar sua carga de trabalho, sem tempo para contato com os alunos.[...] e a lei estabeleceu dois tipos de estudos: estudos de educação geral e estudos de "formação especial", estes últimos uma maneira sutil de referir-se à preparação profissional dentro da educação básica, que a boa pedagogia sempre recomendou que fosse generalista [...] Não é demais dizer que os marcos regulatórios do regime militar desqualificaram o ensino médio. Teorias conspiratórias à parte, há literatura (Cunha, 1977) que caracteriza esse processo como um plano do governo autoritário para atingir dois objetivos estratégicos: conter o ingresso da classe média baixa no superior e desqualificar os estudos dos mais pobres que sobreviviam ao massacre no ensino primário e ginasial e, atrevimento histórico, ameaçavam forçar as portas do ensino médio público. E até poderiam aspirar ao ensino superior. Essa teoria ainda não está comprovada. Mas considerando a tradição da educação brasileira iniciada por Dom João VI, também ainda não foi desconfirmada pela boa ciência.
O Brasil e o contexto internacional
[...] 1980, a revolução tecnológica se impôs ao país ao mesmo tempo que a expansão da educação básica se dava em ritmo acelerado, com a degradação de todos os fatores responsáveis pela qualidade do ensino [...] grande inovação que a sociedade do conhecimento impõe à educação dirigisse ao seu núcleo mais duro que é o “o que aprender" , o "como ensinar" e o "como avaliar o aprendizado”.[...] Fica cada vez mais claro que viver, ser criativo e participativo, produtivo e responsável no novo cenário tecnológico, requer muito mais do que a acumulação de conhecimentos.[...] resultados das aprendizagens precisam se expressar e se apresentar como a possibilidade de operar o conhecimento em situações que requerem aplicá-lo para tomar decisões pertinentes [...] Os conteúdos disciplinares, tradicionalmente tratados como fins em si mesmos, passam a servir às aprendizagens das competências e habilidades.
Um novo ordenamento legal
[...] envolve o desenvolvimento da capacidade de aprender para adquirir conhecimentos; compreensão do ambiente físico e social; autonomia intelectual; pensamento crítico; compreensão do significado das ciências, das letras e das artes; relacionamento entre teoria e prática, a LDB em seu Artigo 9º, dispõe que uma das incumbências da União é ...estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum (grifos nossos), são orientações de valores e princípios que devem nortear todo o processo de definição e implementação curricular [...] Artigo 26 da LDB 9394/1996, emprega a expressão base nacional comum Estados, Distrito Federal e Municípios deveriam construir currículos próprios sobre essa base nacional comum. Ficariam assim para os entes federados as decisões sobre outros conteúdos a serem introduzidos nos currículos bem como sobre as ações pedagógicas para dar organicidade e estruturação a todo o conjunto, ou seja, aquilo que o Parecer 853/1971 chamou de "amplitude".[...] o Artigo 26 afirma que a palavra final em questões como ordenamento, ritmo e a distribuição temporal dos conteúdos curriculares, a seleção de materiais didáticos, a avaliação interna e o desenvolvimento profissional dos professores, deveriam ser tomadas de acordo com as necessidades e recursos disponíveis em cada esfera de governo, sem prejuízo de parcerias e consórcios que venham a ser viabilizados.
Iniciativas curriculares a partir de meados dos anos 1990
[...] é importante registrar as condições políticas dos primeiros anos que se seguiram à promulgação da nova LDB. O país recém reingressara na democracia e já havia enfrentado uma crise política séria quando, depois de quase 30 anos de regime de exceção, o primeiro presidente eleito havia sido deposto. A estabilidade econômica era uma conquista recente e ainda um item prioritário em todas as agendas políticas. Não havia clareza sobre o papel dos Estados, DF e Municípios em muitas questões, inclusive na definição curricular, porque o próprio federalismo do país era mal resolvido em áreas cruciais, e na verdade ainda não se resolveu satisfatoriamente.[...] falta de coordenação e articulação da política educacional curricular tem impedido até agora que as unidades da federação, que são as mantenedoras e gestoras legais da educação básica, se comprometam com um pacto ou entendimento nacional no que respeita aos currículos de seus sistemas de ensino. É importante notar que esse entendimento deveria incluir o apoio técnico e financeiro do governo federal para fortalecer a capacidade de formulação e implementação de currículos adequados às realidades subnacionais e locais [...] As dificuldades e impasses político institucionais não foram os únicos fatores que contribuíram para as dificuldades curriculares do Brasil. Questões ideológicas também imobilizaram não só os debates como as iniciativas nesse tema. Uma delas é a rejeição do paradigma curricular da LDB 9394/1996 que adota o enfoque por competências, como fica claro em seu Artigo 9 transcrito acima.[...] Limitar o valor educativo do conhecimento ao seu significado para quem aprende, é desconsiderar que em todas as áreas ou disciplinas sempre há um corpo de teorias, leis, conceitos, que até aquele momento é o que mais se aproxima da verdade sobre o mundo e sobre nós: um conhecimento mais confiável [...] O processo de licitação também dificulta, por exemplo, que o município que tem um currículo comum para suas escolas adquira um mesmo livro porque isso poderia caracterizar favoritismo de uma determinada editora. Essas distorções no sistema de seleção e aquisição do livro didático estimulou a produção dos "currículos estruturados", conjuntos de materiais articulados com todos os conteúdos de cada ano escolar. Esse tipo de material, originalmente produzido pelas (e para) as escolas particulares, passou a ser adquirido por muitos municípios, determinando na prática o currículo e o projeto pedagógico da municipalidade e da escola[...].
Perspectivas de futuro próximo
Ao longo da primeira década deste século as inclusões e modificações no currículo da educação básica, deixam os currículos ainda mais confusos, ausência de precisão na carga horária, dos conteúdos que podem ser trabalhados interdisciplinarmente, onde muitos optam por decidir que tudo que foi determinado na lei como obrigatório, o que permite dizer que se assim fosse, o ensino médio seria tomado por muito mais que três anos.[...] Embora nos últimos anos, muitos estados e municípios elaboraram propostas curriculares que estão em implementação e revisão [...] até a presente data não se tem um registro completo de todos esses esforços porque o país não mantém um banco de dados e documentação depositário da documentação de políticas educacionais de estados e municípios. Conclui-se que [...] há muita atividade, na verdade um ativismo, pouca coordenação e fragilidade de liderança política [...] Nos últimos anos vem se consolidando a ideia de que é preciso superar essa situação de anomia curricular que se instalou no país, reler com outro espírito e cumprir o que determina a LDB iniciando a discussão e preparação de uma base nacional comum para os currículos brasileiros. O PNE, estabeleceu que essa base comum está entre as iniciativas que devem ser tomadas por uma instância permanente de negociação e cooperação entre a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios.[...]”
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
Ensino: as abordagens do processo.
Fichamento de Transcrição e Resumo
SIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (texto disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v2n2/v2n2a07.pdf. Acesso em: Jan 2018.)
SIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (texto disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v2n2/v2n2a07.pdf. Acesso em: Jan 2018.)
Ensino: as abordagens do processo.
“ Conhecimento é um resultado de processos que envolve abordagens do objeto, do homem, do meio e da interação entre si, onde diferentes ações educativas, envolvem diferentes formas de aprendizagem e o estudo das diferentes linhas pedagógicas fornecem diretrizes à ação docente.
Na Abordagem tradicional do capítulo I, no ensino é considerado que o adulto é o detentor do saber, e que a criança é um adulto em miniatura que precisa ser “carregado de saberes” pelo adulto, ou seja a famosa tábula rasa, o aluno é um ser passivo e moldável, deste modo o homem é um receptor passivo que transmite informações aos que não possui. O conhecimento se transmite pelo processo de educação formal, o ser humano apresenta, um caráter cumulativo adquirido pela transmissão. A educação, centrada na transmissão, se restringe ao ambiente escolar que centra ideias selecionadas logicamente, e nesta cerimônia, o professor, o transmissor do saber, se distancia do aluno, constitui caráter de transmissão de conhecimentos, de modo que resulta por imitação. O professor detêm os conceitos de decisão e mantêm o conteúdo, avaliação e metodologia ao seu modo de decidir. A avaliação apresenta por quantitatividade conteudista, de modo que as notas resultam numa conquista patrimonial.
Abordagem Comportamentalista, é considerada a experiência ou a experimentação planejada como a base do conhecimento, o conhecimento é o resultado direto da experiência, o homem é considerado um produto do processo evolutivo, para Skinner o homem é produto do meio, e o meio pode ser manipulado de maneira que provoque mudanças. O con hecimento se torna o resultado provocado pela experiência, e educação é centrada no ambiente cultural, sendo a escola, uma agência educacional. Os estudantes são detentores do processo de aprendizagem, e o professor um agente provocador de mudanças por meio de estratégias didaticamente planejadas ou manipuladas, que por sua vez, envolve um conjunto de técnicas diretamente aplicáveis em situações concretas de sala de aula.
Os Behavioristas destinaram ao estudo do comportamento, por sua vez o comportamento é o resultado de estímulos e respostas, sendo o homem o produto desta aprendizagem. O condicionamento respondente implica pelo comportamento não planejado, concede respostas produzidas pelo estímulo do ambiente. O condicionamento operante, é o resultado do comportamento voluntário. Na aplicação Behaviorista são pontuados os métodos de ensino programado e o controle e organização das situações de aprendizagem, bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino.
Abordagem Humanista, apresenta características de centralidade no homem, que agora é considerado possuidor de saberes , não mais uma tábula rasa e passivo de modificação, o professor não é mais conteudista, mas um facilitador da aprendizagem, sendo apenas um mediador, de criar situações para que o aluno possa interagir e acontecer a aprendizagem.O objetivo do ser humano, é adquirir pleno uso de suas capacidades, um projeto permanente modificações e inacabado.O sujeito está centrado no ambiente. A educação é centrada no aluno, que dispõe por criar situações de aprendizagem. A escola objetiva propiciar condições para gerar autonomia. O professor responderá diferentemente, de acordo com a sua relação com o aluno, este aceita o aluno tal como é e atende aos sentimentos que ele possui, estabelecendo uma relação empática com o aluno. Na avaliação, o aluno deverá assumir formas de controle de sua aprendizagem, definir e aplicar os critérios para avaliar até onde estão sendo atingidos os objetivos que pretende , com responsabilidade.
Abordagem cognitivista, o homem e o meio são simultaneamente considerados, pois pondera que o pensamento, as relações cognitivas e o comportamento. Os fatos sociais, variam de grupo para grupo, de acordo como o nível mental médio das pessoas que constituem o grupo. O conhecimento é considerado como uma construção contínua. A passagem de um estado de desenvolvimento para o seguinte é sempre caracterizada por formação de novas estruturas que não existiam anteriormente no indivíduo. O processo educativo traça a metodologia de provocar desequilíbrios no indivíduo a fim de obter desenvolvimento cognitivo, este aspecto envolve os princípios piagetianos, como os de assimilação e acomodação. O professor cria situações que propiciam condições onde possam se estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mesmo tempo moral e racional. O processo avaliativo verifica se o aluno já adquiriu noções , conservações , realizou operações, relações etc.Tudo o que se aprende é assimilado por uma estrutura já existente e provoca uma reestruturação .
As características para abordagem sócio cultural, envolve o homem em seu contexto histórico, o desenvolvimento está ligado ao processo de conscientização. A educação se reflete ao homem e ao meio que se encontra.
Para Mizukami, as abordagens do processo ensino-aprendizagem e o professor, são elaboradas para explicar, de forma sistemática, determinados fenômenos, e os dados do real é que irão fornecer o critério para a sua aceitação ou não, instalando-se, assim, um processo de discussão permanente entre teoria e prática. Discute que a forma de aproximar cada vez mais as opções teóricas existentes analisando e discutindo as vivências na prática e à partir da prática, se pudesse discutir e criticar as opções teóricas confrontando com a mesma prática, pois um curso de professores deveria possibilitar confronto entre abordagens, quaisquer que fossem elas, entre seus pressupostos e implicações, seus limites, como também, os pontos de contraste e convergência. Ao mesmo tempo, deveria possibilitar ao futuro professor a análise do próprio fazer pedagógico, de suas implicações, pressupostos e determinantes, no sentido de que ele se conscientizasse de sua ação, para que pudesse, além de interpretá-la e contextualizá-la, superá-la constantemente.
Compreende que o ideário pedagógico, trata na prática de diferentes abordagens, uma vez que se organizasse de modo taxativo qual abordagem ser abordada, não corresponderia situações e realidades distintas entre alunos e professores, os próprios alunos, a escola, o meio em que cada escola se encontra, além das considerações qualitativas do processo, portanto a primazia prevalece não pela falta de abordagens, mas por conceber autonomia para que cada processo educativo, por meio de planejamentos, como o projeto político pedagógico, possa obter ações eficazes de êxito ao desenvolvimento didático e pedagógico."
Um discurso sobre as ciências
Fichamento de Transcrição e Resumo
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciênciased. São Paulo: Cortez, 2010. (texto disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v2n2/v2n2a07.pdf. Acesso em: Jan 2018.)
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciênciased. São Paulo: Cortez, 2010. (texto disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v2n2/v2n2a07.pdf. Acesso em: Jan 2018.)
Um discurso sobre as ciências
“[...] histórico das ciências desde o paradigma dominante na modernidade, passando pela sua crise, até chegar ao período de transição em que vivemos, quando emerge um novo paradigma.
O paradigma dominante, reserva pela teoria representacional da verdade, privilegia as explicações científicas, apresentando diferença entre a ciências naturais e humanas, desconsiderando os fatores intrínsecos, sendo originário portanto da transição paradigmática, que leva ao questionamento e à transformação científica.
[...] contribuíram para a crise do paradigma dominante: 1. a revolução científica iniciada com Einstein e sua teoria da relatividade (importa salientar que Einstein relativizou as leis de Newton, consideradas até então como intocáveis, no domínio da astrofísica); 2. a mecânica quântica (relativizou as leis de Newton no domínio da microfísica, com Heisenberg e Bohr); 3. o rigor da matemática (nesse contexto, importa destacar as investigações de Gödel, com o teorema da incompletude e os teoremas sobre a impossibilidade); 4. o avanço do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia na segunda metade do século 20.
[...] salienta dois efeitos principais oriundos da industrialização da ciência, quais sejam, a estratificação da sociedade científica, com a proletarização de inúmeros cientistas, e a investigação capital-intensivista, que tornou impossível o livre-acesso a equipamentos, aumentando o fosso de desenvolvimento científico entre países ricos e pobres.
No paradigma emergente, o autor propõe que o “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente” (Santos, 2010, p. 7)[...] não é apenas um paradigma científico de conhecimento prudente, mas também um paradigma social de vida decente, tendo em vista que a revolução científica ocorre em uma sociedade revolucionada pela ciência.
Em todo o conhecimento científico-natural é científico-social, pressupõe evidênciar os conceitos de ser humano, cultura e sociedade [...] O conhecimento do paradigma emergente tende assim a ser um conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções tão familiares e óbvias que até há pouco considerávamos insubstituíveis, tais como natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjetivo/objetivo, coletivo/individual, animal/pessoa. Este relativo colapso das distinções dicotômicas repercute-se nas disciplinas científicas que sobre elas se fundaram, assim a inteligibilidade da natureza é presidida por conceitos, teorias, metáforas e analogias das ciências sociais, na tentativa, inclusive, de aproximar as ciências da humanidade. [...]
No conceito de que todo conhecimento é local e total, o conhecimento é tanto mais rigoroso quanto mais restrito é o objeto sobre que incide pois, o seu rigor aumenta na proporção direta da arbitrariedade com que espartilha o real [...] conhecimento total, tem como horizonte a totalidade universal de que fala Wigner ou a totalidade indivisa de que fala Bohm. Mas sendo total, é também local. Constitui-se em redor de temas que em dado momento são adotados por comunidades interpretativas concretas como projetos de vida local, portanto, ao ser total, não é determinístico e, ao ser local, não é descritivista. É um conhecimento sobre as condições de possibilidade. As condições de possibilidade da ação humana projetada no mundo a partir de um espaço-tempo local, constitui-se a partir de uma pluralidade metodológica.[...]
Todo o conhecimento é autoconhecimento
[...] A distinção epistemológica entre sujeito e objeto teve de se articular metodologicamente com a distância empírica entre sujeito e objeto, assim todo ato de conhecer é um autoconhecimento.
Quanto todo conhecimento científico visa a se constituir em senso comum, trata de que enquanto a ciência moderna constrói conhecimentos e desconhecimentos, a ciência pós-moderna sabe que nenhuma forma de conhecimento é, em si mesma, racional; só a configuração de todas elas é racional.[...] A ciência pós-moderna procura reabilitar o senso comum por reconhecer nesta forma de conhecimento algumas virtualidades para enriquecer a nossa relação com o mundo. É certo que o conhecimento do senso comum tende a ser um conhecimento mistificado e mistificador mas, apesar disso e apesar de ser conservador, tem uma dimensão utópica e libertadora que pode ser ampliada através do diálogo com o conhecimento científico. Essa dimensão aflora em algumas das características do conhecimento do senso comum. [...]O senso comum é prático e pragmático; reproduz-se colado às trajetórias e às experiências de vida de um dado grupo social e nessa correspondência se afirma fiável e securizante. O senso comum é transparente e evidente; desconfia da opacidade dos objetivos tecnológicos e do esoterismo do conhecimento que os projeta em nome do princípio da igualdade do acesso ao discurso, à competência cognitiva e à competência lingüistica. O senso comum é superficial porque desdenha das estruturas que estão para além da consciência, mas, por isso mesmo, é exímio em captar a profundidade horizontal das relações conscientes entre pessoas e entre pessoas e coisas. O senso comum é indisciplinar e imetódico; não resulta de uma prática especificamente orientada para o produzir; reproduz-se espontaneamente no suceder quotidiano da vida. O senso comum aceita o que existe tal como existe; privilegia a ação que não produza rupturas significativas no real. Por último, o senso comum é retórico e metafórico; não ensina, persuade. [...] A ciência pós-moderna, ao sensocomunizar-se, não despreza o conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o conhecimento se deve traduzir em autoconhecimento, o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida.[...]”
Bullying: mentes perigosas nas escolas
Fichamento de Transcrição e Resumo
SILVA, Ana Maria Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. 2ª edição. São Paulo: Globo, 2015. (texto da p. 197-202 disponível em: . Acesso em: Jan 2018.)
SILVA, Ana Maria Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. 2ª edição. São Paulo: Globo, 2015. (texto da p. 197-202 disponível em:
Bullying: mentes perigosas nas escolas
“[...] usado para situações de violência entre pares, o Bullying envolve alunos entre 10% a 26% são vítimas; de 3% a 12%, autores; e de 10% a 21%, vítimas‑autores , demonstram que o bullying é um fenômeno comum nas escolas, portanto a violência vivenciada na escola reflete um contexto social mais amplo: “A comunidade escolar tende a reproduzir, em maior ou menor escala, a sociedade como um todo” (SILVA, 2010, p. 79), Esse tema é negligenciado ao público leigo, de modo que no âmbito da literatura científico,é apontado sobre as características dos envolvidos em situações de bullying (sejam vítimas, autores, autor‑vítima ou testemunha), indicando com clareza os impactos negativos aos alunos vítimas em curto e longo prazos.[...]o fenômeno ocorria antigamente, acrescentando discussões de como ocorre na época tecnológica atual com novos contornos, como no caso do cyberbullying.
Portanto “bullying se refere a comportamentos de uma ou mais pessoas intencionais, negativos e repetidos contra outra pessoa que não é capaz de defender‑se”, indicando que deve haver uma desigualdade de poder entre vítima e agressor.[...]e Silva (2010) apresentar uma tendência a avaliar os envolvidos em termos dicotômicos: o aluno vítima como “bom” e o aluno autor como “mau”. Tal caracterização é simplista, limita a reflexão sobre o motivo da ocorrência do fenômeno e não considera a multideterminação do comportamento humano. Os agressores são descritos, no livro, da seguinte maneira: “Possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade [...]” (SILVA, 2010, p. 43), prescrevendo que, “Em se tratando de bullying, vale a máxima de que é preciso separar a maçã podre para que ela não contamine todo o cesto” (SILVA, 2010, p. 116)[...] É importante avaliar as condições a que o indivíduo está exposto e que influenciam no comportamento violento dele, bem como realizar intervenções adequadas nessas condições.
Conceitua que a maioria dos alunos envolvidos nas agressões, pertencem a lares nos quais ocorrem a violência familiar, considera que a exposição à violência interparental estava associada com ser alvo/autor de bullying, especialmente para as meninas, sendo que a violência parental direta aumentava a probabilidade dos meninos relatarem envolvimento em bullying como alvo/autor. Além disso, há chances da família desses alunos necessitar de suporte da comunidade, da escola e do governo, pois os responsáveis podem fazer uso abusivo de drogas, estar desempregados, com dívidas, isolados e com carência de suporte social, sofrer luto mal resolvido, conflito familiar intenso e ter pais com deficiência mental ou com desordens emocionais (REESE et al., 2000; RIGONI; SWENSON, 2000). Adicionalmente, há agressores que apresentam baixa autoestima, sentem‑se culpados pelo que fazem aos outros e não se sentem capazes de alterar seus comportamentos (KEENAN; STOU‑ THAMER‑LOEBER; LOEBER, 2005), assim os comportamentos das crianças resultam de situações adversas.
…………………………………………………………………………………………….
[...] é identificado um foco constante no papel do aluno, levando pouco em consideração variáveis da própria instituição escolar. Pesquisas já demonstraram que escolas com elevado número de alunos, pouco supervisionadas, em que os funcionários não praticam a justiça e nem são próximos dos estudantes, que são mal remunerados e se sentem com pouco suporte para trabalhar estão mais propensas a ter situações de violência entre alunos.
[...]faz‑se necessário promover reflexão a respeito da qualidade dos materiais publicados em seu aspecto científico e não apenas mercadológico, uma vez que nem sempre os livros mais vendidos e apreciados pelo público estão consoantes com o que as pesquisas apontam.[...]"
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