quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Ensino: as abordagens do processo.

Fichamento de Transcrição e Resumo

SIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (texto disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v2n2/v2n2a07.pdf. Acesso em: Jan 2018.)

Ensino: as abordagens do processo.

“ Conhecimento é um resultado de processos que envolve abordagens do objeto, do homem, do meio e da interação entre si, onde diferentes ações educativas, envolvem diferentes formas de aprendizagem e o estudo das diferentes linhas pedagógicas fornecem diretrizes à ação docente.
Na Abordagem tradicional do capítulo I, no ensino é considerado que o adulto é o detentor do saber, e que a criança é um adulto em miniatura que precisa ser “carregado de saberes” pelo adulto, ou seja a famosa tábula rasa, o aluno é um ser passivo e moldável, deste modo o homem é um receptor passivo que transmite informações aos que não possui. O conhecimento se transmite pelo processo de educação formal, o ser humano apresenta, um caráter cumulativo adquirido pela transmissão. A educação, centrada na transmissão, se restringe ao ambiente escolar que centra ideias selecionadas logicamente, e nesta cerimônia, o professor, o transmissor do saber, se distancia do aluno, constitui caráter de transmissão de conhecimentos, de modo que resulta por imitação. O professor detêm os conceitos de decisão e mantêm o conteúdo, avaliação e metodologia ao seu modo de decidir. A avaliação apresenta por quantitatividade conteudista, de modo que as notas resultam numa conquista patrimonial.
Abordagem Comportamentalista, é considerada a experiência ou a experimentação planejada como a base do conhecimento, o conhecimento é o resultado direto da experiência, o homem é considerado um produto do processo evolutivo, para Skinner o homem é produto do meio, e o meio pode ser manipulado de maneira que provoque mudanças. O con hecimento se torna o resultado provocado pela experiência, e educação é centrada no ambiente cultural, sendo a escola, uma agência educacional. Os estudantes são detentores do processo de aprendizagem, e o professor um agente provocador de mudanças por meio de estratégias didaticamente planejadas ou manipuladas, que por sua vez, envolve um conjunto de técnicas diretamente aplicáveis em situações concretas de sala de aula.
Os Behavioristas destinaram ao estudo do comportamento, por sua vez o comportamento é o resultado de estímulos e respostas, sendo o homem o produto desta aprendizagem. O condicionamento respondente implica pelo comportamento não planejado, concede respostas produzidas pelo estímulo do ambiente. O condicionamento operante, é o resultado do comportamento voluntário. Na aplicação Behaviorista são pontuados os métodos de ensino programado e o controle e organização das situações de aprendizagem, bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino.
Abordagem Humanista, apresenta características de centralidade no homem, que agora é considerado possuidor de saberes , não mais uma tábula rasa e passivo de modificação, o professor não é mais conteudista, mas um facilitador da aprendizagem, sendo apenas um mediador, de criar situações para que o aluno possa interagir e acontecer a aprendizagem.O objetivo do ser humano, é adquirir pleno uso de suas capacidades, um projeto permanente modificações e inacabado.O sujeito está centrado no ambiente. A educação é centrada no aluno, que dispõe por criar situações de aprendizagem. A escola objetiva propiciar condições para gerar autonomia. O professor responderá diferentemente, de acordo com a sua relação com o aluno, este aceita o aluno tal como é e atende aos sentimentos que ele possui, estabelecendo uma relação empática com o aluno. Na avaliação, o aluno deverá assumir formas de controle de sua aprendizagem, definir e aplicar os critérios para avaliar até onde estão sendo atingidos os objetivos que pretende , com responsabilidade.
Abordagem cognitivista, o homem e o meio são simultaneamente considerados, pois pondera que o pensamento, as relações cognitivas e o comportamento. Os fatos sociais, variam de grupo para grupo, de acordo como o nível mental médio das pessoas que constituem o grupo. O conhecimento é considerado como uma construção contínua. A passagem de um estado de desenvolvimento para o seguinte é sempre caracterizada por formação de novas estruturas que não existiam anteriormente no indivíduo. O processo educativo traça a metodologia de provocar desequilíbrios no indivíduo a fim de obter desenvolvimento cognitivo, este aspecto envolve os princípios piagetianos, como os de assimilação e acomodação. O professor cria situações que propiciam condições onde possam se estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mesmo tempo moral e racional. O processo avaliativo verifica se o aluno já adquiriu noções , conservações , realizou operações, relações etc.Tudo o que se aprende é assimilado por uma estrutura já existente e provoca uma reestruturação .
As características para abordagem sócio cultural, envolve o homem em seu contexto histórico, o desenvolvimento está ligado ao processo de conscientização. A educação se reflete ao homem e ao meio que se encontra.
Para Mizukami, as abordagens do processo ensino-aprendizagem e o professor, são elaboradas para explicar, de forma sistemática, determinados fenômenos, e os dados do real é que irão fornecer o critério para a sua aceitação ou não, instalando-se, assim, um processo de discussão permanente entre teoria e prática. Discute que a forma de aproximar cada vez mais as opções teóricas existentes analisando e discutindo as vivências na prática e à partir da prática, se pudesse discutir e criticar as opções teóricas confrontando com a mesma prática, pois um curso de professores deveria possibilitar confronto entre abordagens, quaisquer que fossem elas, entre seus pressupostos e implicações, seus limites, como também, os pontos de contraste e convergência. Ao mesmo tempo, deveria possibilitar ao futuro professor a análise do próprio fazer pedagógico, de suas implicações, pressupostos e determinantes, no sentido de que ele se conscientizasse de sua ação, para que pudesse, além de interpretá-la e contextualizá-la, superá-la constantemente.
Compreende que o ideário pedagógico, trata na prática de diferentes abordagens, uma vez que se organizasse de modo taxativo qual abordagem ser abordada, não corresponderia situações e realidades distintas entre alunos e professores, os próprios alunos, a escola, o meio em que cada escola se encontra, além das considerações qualitativas do processo, portanto a primazia prevalece não pela falta de abordagens, mas por conceber autonomia para que cada processo educativo, por meio de planejamentos, como o projeto político pedagógico, possa obter ações eficazes de êxito ao desenvolvimento didático e pedagógico."

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