segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Redação dissertativa argumentativa com tema diversidade versus O engraçado arrependido, conto do caderno Urupês. Como vincular literatura e redação?


Redação

Título: O valor do respeito à diversidade nas relações humanas

Em uma sociedade plural, o respeito à diversidade se apresenta como condição essencial para a convivência pacífica e o fortalecimento dos laços sociais. Contudo, atitudes de desrespeito, preconceito e intolerância ainda se fazem presentes no cotidiano, gerando conflitos e exclusões. A literatura, ao retratar tais comportamentos, contribui para a reflexão crítica sobre a necessidade de valorização das diferenças. Nesse sentido, o conto O Engraçado Arrependido, de Monteiro Lobato, ilustra de maneira simbólica os prejuízos causados pela falta de respeito e empatia.

Na narrativa, um personagem se diverte às custas do sofrimento alheio, zombando de um homem que chorava por causa da morte do filho. O riso cruel e desumano do “engraçado” revela a incapacidade de compreender a dor do outro e de reconhecer a legitimidade de sentimentos diferentes dos seus. O arrependimento posterior do personagem surge tarde demais, evidenciando como a ausência de respeito pode gerar culpas irreparáveis. Essa situação pode ser associada à realidade social, em que pessoas ainda sofrem discriminação por sua cultura, religião, gênero ou orientação sexual, justamente pela dificuldade que muitos têm de aceitar o que é diferente.

Além disso, o episódio literário mostra que rir da diversidade humana é um ato de violência simbólica, capaz de marginalizar indivíduos e reforçar desigualdades. Assim como o personagem de Lobato reconhece, tarde, o erro de zombar do outro, também a sociedade precisa compreender que o respeito às diferenças deve ser cultivado antes que a dor do preconceito deixe marcas irreversíveis. A valorização da empatia e da alteridade é, portanto, o caminho para uma convivência mais justa e humanizada.

Dessa forma, a leitura do conto O Engraçado Arrependido permite refletir sobre os danos provocados pela intolerância e pelo desrespeito às emoções e condições diversas das pessoas. Cabe à sociedade, especialmente por meio da educação, estimular a cultura do respeito e da solidariedade, de modo que a pluralidade seja compreendida como riqueza, e não como motivo de exclusão. Afinal, conviver com a diversidade é reconhecer, em cada diferença, uma oportunidade de crescimento coletivo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Pré Modernismo

Pré Modernismo


O Pré-Modernismo foi um período literário brasileiro que serviu de transição entre o Simbolismo (do final do século XIX) e o Modernismo, que se inicia oficialmente com a Semana de Arte Moderna de 1922. Embora não seja considerado uma escola literária oficial, o termo é amplamente utilizado para caracterizar a produção literária entre 1902 e 1922.


📍 Contexto histórico

O período pré-modernista ocorreu num momento de grandes transformações no Brasil:

  • Crise da República Velha
  • Progresso técnico-científico (industrialização, urbanização)
  • Questões sociais emergentes (pobreza, desigualdade, migração, coronelismo)
  • Movimentos sociais, como o Cangaço e a Revolta da Vacina
  • Contrastes entre o Brasil urbano e moderno e o Brasil rural e atrasado

🖋️ Características do Pré-Modernismo

  • Ruptura com o academicismo (mas sem romper completamente com o passado)
  • Linguagem mais simples e direta, próxima da realidade brasileira
  • Retrato das contradições sociais e regionais do Brasil
  • Crítica social: foco na miséria, no atraso, na corrupção e na exploração
  • Regionalismo forte: destaque para o sertão, o interior e as mazelas sociais
  • Personagens marginalizados: jagunços, sertanejos, retirantes, mulatos, operários

📚 Principais autores e obras

Autor Obra principal Temas abordados
Euclides da Cunha Os Sertões (1902) Sertão, Guerra de Canudos, análise social e geográfica
Lima Barreto Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915) Nacionalismo, burocracia, preconceito racial
Monteiro Lobato Urupês (1918) Caipira, atraso rural, crítica social
Graça Aranha Canaã (1902) Imigração, identidade nacional
Augusto dos Anjos Eu (1912) Pessimismo, morte, ciência, linguagem única

🧭 Transição para o Modernismo

O Pré-Modernismo é importante porque:

  • Introduziu novos temas e formas de abordar a realidade brasileira
  • Abriu espaço para o Modernismo de 1922, que romperia de vez com os padrões do passado
  • Mistura elementos antigos (forma tradicional) com **
Veja mais aqui.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

terça-feira, 14 de julho de 2020

Conectivismo


Teoria da Aprendizagem do Conectivismo



Constitui da disposição da aprendizagem, ou seja, é uma abordagem educacional mediada pela tecnologia em que ocorrer individualmente ou e grupo, acontece devido aos meios midiáticos e tecnológicos que a sociedade contemporânea está inserida. Seja por meio do uso do computador, sistema android, televisão, internet, entre outros. A aprendizagem conectivista propõe mudanças entre o ensino e a aprendizagem, bem como a prática docente, em que o uso de tecnologias cada vez mais tem transformado as relações humanas e modos de interação do conhecimento, desenvolvimento crítico e autonomia do indivíduo. Assim é proposto diversas opiniões em que a finalidade da educação, que é a de formar um cidadão crítico e reflexivo mediado por recursos tecnológicos, tendo em vista a necessidade da formação continuada do docente a fim de que as dificuldades dos usos tecnológicos ( das TIC’s), sejam superadas frente a uma realidade de uma geração que vivencia o mundo midiático.

George Siemens, professor e pesquisador da aprendizagem na era digital, aponta que o conhecimento provém da distribuição de uma rede de conexões, em que a aprendizagem percorre por conexões interativas de redes, desenvolvendo a reflexão, decisão e o partilhamento.

Para Siemens (2004): 

O Conectivismo apresenta um modelo de aprendizagem que reconhece as mudanças tectônicas na sociedade, onde a aprendizagem não é mais uma atividade interna e individual. O campo da educação tem sido lento em reconhecer, tanto o impacto das novas ferramentas de aprendizagem como as mudanças ambientais na qual tem significado aprender. (p. 8). 

O ser humano chega na educação formal cheio de saberes pré concebidos da sua formação familiar, social e também imbuído de uma geração inserida no contexto tecnológico do cotidiano.

[...] eles já nasceram em uma época em que a informação é ágil, conceitos são defendidos e derrubados em um curto espaço de tempo. A Internet proporciona informações de todas as partes do mundo quase que sincronizadamente, por isso a necessidade de manter fortes as conexões com dados utilizáveis nunca foi tão necessária. (LANGARO, 2013, p.2).

Deste modo a aprendizagem é mediada não apenas pela escola, mas parte do entorno que o indivíduo está, sendo a tecnologia parte da realidade social e contemporânea e o profissional da educação, um agente condutor com proposições e objetivos a mediar todo esse entorno do aprendiz, partindo do pressuposto de que em toda parte há excessos de informações. Para Siemens o saber é construído inicialmente pelo próprio indivíduo, quando o aprendiz se constitui do interesse pelo conhecimento, o mesmo passa ser um agente modificador, contínuo e dinâmico, ultrapassando deste modo o conhecimento prévio que outrora possuía.




Na visão de Siemens todo processo de conhecer parte inicialmente do indivíduo. O aprendiz ao nutrir interesse em conhecer, o processo de aprendizagem torna contínuo e dinâmica e não se reflete apenas nos meios formais de ensino, mas no seio da sociedade a qual o indivíduo interage. Portanto ensinar é um modo de conduzir, seja por meios diversos de avaliação dos processos cognitivos, mediados por feedbacks ao educando para obtenção de um determinado saber em que transforme o contexto do mesmo, para Abrantes e Souza (2016): 

[...] tomar consciência do papel da tecnologia na vida cotidiana, compreender a construção do conhecimento na sociedade da informação e descobrir como participar efetivamente desse processo e como inseri-lo em sua prática pedagógica, com o propósito de contribuir para a qualidade da educação e da inclusão social, atendendo às reais --n ´´necessidades e interesses da nova geração. (ABRANTES; SOUZA, 2016, p.3). 



Referências





ABRANTES, Maria Gracielly Lacerda; SOUSA, Robson Pequeno. Formação continuada e conectivismo: um estudo de caso referente às transformações da prática pedagógica no discurso do professor. In: SOUSA, Robson Pequeno et al. (Org.). Teorias e práticas em tecnologias educacionais [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2016, p.195-222. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2016 

ABRANTES, Maria Gracielly Lacerda; SOUSA, Robson Pequeno. Formação continuada e conectivismo: um estudo de caso referente às transformações da prática pedagógica no discurso do professor. In: SOUSA, Robson Pequeno et al. (Org.). Teorias e práticas em tecnologias educacionais [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2016, p.195-222. 

SIEMENS, George. Conectivismo: uma teoria da aprendizagem para a era digital. Disponível em: . Acesso em: 13 jul. 2020. 

SIEMENS, George. Connectivism: learning theory or pastime of the self-amused? 12 nov. 2006. Disponível em: . Acesso em: 13 jul. 2020. 

SIEMENS, George. Uma breve história do conectivismo. 2008. Disponível em: . Acesso em: 13 jul. 2020. 


TEIXEIRA WITT, DIEGO ; CRISTINA MARTINI ROSTIROLA, SANDRA . Conectivismo Pedagógico: novas formas de ensinar e aprender no século XXI. Thema (Pelotas), v. 16, p. 1012-1025, 2020.

domingo, 29 de março de 2020

Resumo - Variação





Resumo: SADIE, Stanley. Mozart. Série The New Grove. Tradução de Ricardo Pinheiro Lopes. Porto Alegre, L&PM, 1988. (Assunto Variação da página 448). 

Variação.

A variação acontece por várias repetições modificadas de um tema, sua forma é identificada por volta do século XVI, como técnica de um processo musical em que a repetição improvisada das tensões em diferentes formas ou tópicas é uma parte. Normalmente nos temas para variação é constituído entre 8 até 32 compassos, sendo uma melodia, uma linha de baixo, uma progressão harmônica ou um complexo com todos elementos. 

Caso o tema seja breve para um ostinato, as repetições formam uma estrutura com novos motivos e texturas em cada afirmação do tema. Quando o tema apresenta de forma independente na forma de duas repetições, as repetições formam uma estrofe pois prevalece apenas alguns elementos e mudando outros, conhecido como “tema com variações”. Ao contrário de repetições sucessivas, as variações acontecessem isoladaente ou em grupos após a interveção do material inicial do tema a ser variado, o resultado pode ser chamado de “variações híbridas”. 

Assim, o conjunto de variações podem se apresentar como peças independentes ou dependentes, na maioria das vezes para solo em piano, para combinações de orquestra de câmara, em movimentos de uma grande obra como uma sinfonia, em sonatas para pino ou quarteto de cordas. São baseadas num tema conhecido em que o esquema harmônico e melódico são bem reconhecidos ou sobre um tema “original” onde as variações ocorrem como um conjunto independente, em alguns casos a variação ocupa maior parte do movimento. Exemplo é o final da Nona Sinfonia de Beethoven ou o primeiro movimento do quarteto de Brahms em Cm op.60, segundo tema. 

Introdução, transição entre variações e coda são as partes da variação, e surgem pela primeira vez no final do século XVIII, a variação sempre teve um problema relacionado a “imagem” do tema, por conta de sua fidelidade ao repetir, devido ao padrão de cadência em que limita o compositor e o ouvinte a processos de finalização mais claros e desenvolvimento mais complexos. Em segundo lugar, ainda no século XVIII, muitas variações foram compostas a partir da melodia do tema tornando os compositores como “meros ornamentadores” em que obscureciam os méritos da simplicidade do tema. 

Entre 1790 e 1840 a variação obteve reação contra sua exibição vazia, surgindo variações compostas por modos virtuoso, sendo criticada por Momigny em 1818, em que denominou de “ muita fala, mas pouco sentido” sendo vistas como uma tática para rebaixar o formulário carente de conteúdo. As variações são comparadas nesta época, como um estilo irregular em oposição ao estilo arredondado e perióicco da oratória , como a forma sonata, por exemplo. É sintetizada como uma foma que os compositores repetem os temas, impulsiona uma variação é a relação com o tema, as ideias centrais são apresentadas como exibição, ornamento, fortalecimento de um tema por motivos e efeitos estéticos da repetição, ou eja, vem direto da arte retórica. 



1- A Retórica da Variação 

A ideia de variação surge pelos modos de exibição compartilhados, pela compreensão do poder persuasivo da repetição ornamentada. A relação entre retórica e variação é explicada por formas de conexões explicativas, modelos retóricos para compor uma variação, a ideia motívica de figuras e motvos como ferramentas flexíveis de analise nas variações. Para Abbé Vogler, 1793, as variações são definas como uma etórica musical em que apresenta em diversas formas, acontecendo mais na música do que na oratória. 

Os modelos de variação surgem do ars praedicandi, a retórica medieval, perdurando no século XIX. A construção do sermão era por escolha de um tema, uma citação das escritura, esclarecida e ampliada por uma série de divisões, sendo que cada divisão poderia ser uma citação. Para Joseph Anfangsgründe zur musicalischen Setzkunst (1755), de Riepel, no segundo volume do livro, debatem como o aluno ao eleger que compositor é como um pregador das escrituras devendo se ater ao tema, já o professor sustenta que o desvio momentâneo do sermão fortalece o tema prevalecendo na memória. 

No tratado do século XVI, divulgado por Erasmus ( De copia, 512), baseando-se em Quintilhiano pela capacidade de senvolver o mesmo discursso de formas diferentes, suas demonstrações incluem 150 variações de frase “ a carta que me agradou poderosamente” e 200 variações de “ lembrei de você enquanto eu viver”, exemplos de variações da primeira frase: 



                            Sua epístola me emocionou intensamente. 

                            Sua breve nota refrecou meu espírito em grande parte. 

                            Suas páginas me geraram um prazer desconhecido. 

                            Sua comunicaçãoo derramou frascos de alegria na minha cabeça. 

                            Sua carta prontamente expulsou toda tristeza da minha mente. 

                            Bom Deus, que grande alegria procedeu de sua epístola. 

                      Posso perecer se alguma vez tiver encontrado algo em toda a minha vida mais agradável do que a sua carta. 


Sobre as variações, Erasmus eccoou as premissas de retórica da antiguidade aos tratados do século defendendo que a tendência do discurso ser incompreensível é totalmente tolo e ofensivo sendo aprincial vantagem da obscuridade é aquela em que o falante evite a repetição literal. 

As variações retóricas eram vistas como meios de polir estilos, na descrição de Cícero (Cícero, v:' Orator ', ed. e trad. H. M. Hubbell, Loeb Classical Library, 1939, xi.37 – xii.38). ao descrever e desenvolver a oratória, palavras inconscientes são acrescentadas lado a lado e as coisas contrastadas são emparelhdas, cláusulas são feitas para terminar da mesma maneira, como forma de possuir um polimento, as variações são denominadas como um passo final no treinamento de composição. 

Brahms incentivou seu aluno , Gustav Jenner, a começar compor com variações. Contudo Aristóteles encontrou características de variação na retórica epidêmica: A dependência da amplificação, a preocupação com o sujeito atribuindo-lhe beleza, semelhança com a prosa como uma oratória a ser lida (Art of Rhetoric, I.ix.38-40; III.xii.6). Quintiliano revela a importância da prevalência do sujeito no discurso (instituto oratória, VIII, iv). 

Assim ambos Gedanke e Ausdrunck oferecem maneiras variadas de colocar o mesmo assunto, concluindo que os números de variações são naturais e necessários mas não devem ser usados em excesso, para eles o números são usados para adornar a música. Teóricos do século XX, como como Burmeiser, seus colegas como Schering, Unger e Gurlitt fez a aplicação de figuras retóricas para se apresentar mais obscura e sóbria. 

Nas variações de Erasmus, a figura variada pode ser vista como espécie de figura retórca, ou seja é abordado o mesmo assunto parecendo como algo novo, uma nova forma acrescida de argumentos comparativos, um contraste para exemplificar e uma conclusão para reafirmar o tema (IV, XIII, 54-XIiii, 56). 

Para Ad Herennium a variação e vista como algo do discurso em que a palavra é substituída por seu sinônimo, outra palavra de mesmo significado. 

Os tratados retóricos elisabeteanos revela a variação como um aspecto de persuasão, de convencimento do discurso, oferencendo outros modos de terminologia e novas ferramentas para analise das variações. 



2. Terminologia. 



A palavra variação, origina-se do adjetivo varius que denomina uso antigo não especializado a uma impressão de colorido em plantas e animais, em que o sentido colorido se denota por “indeterminado” ou “flutuante”. As comparações de variação com cores podem ser comparadas musicalmente com o uso do chromatismo, por Zarlino (Istituto harmoniche, 1558, 3/1573, p.100). Assim a associação de Varius com variação, é sustentada pelos primeiros conjuntos de variações do século XVI, pela característica de subdivisão do ritmo e alteração no compasso do tema, denominando um esquema em que a expressão é alterada (Quintilian, instituto oratória, IX.i.10-11, 13). Christoph Bernhard define variação como a alteração de um intervalo em que em vez de uma nota, várias notas mais curtas ocorrem para a nota principal em todas execuções. 

Para Bernhard, Prinz, Praetorrius e Vog, a variação preenchimentos melódicos ou rítmicos usados para preencher um grande intervalo, podendo ser discutido o tratamento de dissonância. 

O tratamento da dissonância nos valores de notas pequenas são discutidos no século XVIII por Fux (Gradus ad Parnassum, 1725, p.217) e Scheibe (Compendium musices theoryetico racticeum, ed.P. Benary em Die deutsche Kompositionslehre des 18. Jahrhunderts, 1961, p.62). A variação no século XVIII como obra de arte é discutido no século XVII e XVIII, como aproximação da natureza e como um prazer afirmado na música por Simpson, Heinichen, Mattheson e Daube. 

Variar e variação se tornaram mais frequente durante o século 17 e 18, usada como fonte de prazer e aproximação da natureza, nessa época realizações figuradas no baixo foram percebidas como variação de um modelo mais simples. 

Em Musical Dictionary, 1740, variação é conceituada como uma maneira de tocar ou cantar a mesma música subdividindo as notas em várias de menor valor, ou adicionando. No final do século XVIII, a variação continuou sendo tratada como uma técnica de improvisação ou de composição e os compositores raramente faziam distinções entre técnica e forma. No século XX, o termo variação aplica em diferentes processos, em Schoenberg variação variável refere-se uma remodelação de uma forma temática básica; Fred Lerdahl variação é a elaboração crescente e em ciclos a partir de um modelo simples, com estabilidade de eventos que são considerados o ponto de partida.


Referências

GerberNL

Grove6 (K. von Fischer and P. Griffith)

MGG1 (K. von Fischer)

MGG2 (K. von Fischer/S. Drees)


H. Viecenz: ‘Über die allgemeinen Grundlagen der Variation-Kunst, mit besonderer Berücksichtigung Mozarts’, Mozart Jb 1924, 185–232


R.U. Nelson: The Technique of Variation: a Study of the Instrumental Variation from Antonio de Cabezón to Max Reger (Berkeley and Los Angeles, 1948/R)


J. Müller-Blattau: Gestaltung-Umgestaltung: Studien zur Geschichte der musikalischen Variation (Stuttgart, 1950) K. von Fischer: Die Variation, Mw, xi (1956; Eng. trans., 1962)

N. Frye: ‘Wallace Stevens and the Variation Form’, Literary Theory and Structure: Essays in Honor
of William K. Wimsatt, ed. F. Brady, J. Palmer and M. Price (New Haven, CT, 1973), 395–414


H. Weber: ‘Varietas, variatio / Variation, Variante’ (1986), HMT H.R. Picard: ‘Die Variation als kompositorisches Prinzip in der Literatur’, Musik und Literatur: komparatistische Studien zur Strukturverwandtschaft, ed. A. Gier and G.W. Gruber (Frankfurt, 1995, 2/1997), 35–60


D. Hörnel: ‘A Multi-Scale Neural-Network Model for Learning and Reproducing Chorale Variations’,Melodic Similarity: Concepts, Procedures, and Applications, ed. W.B. Hewlett and E. Selfridge-Field (Cambridge, MA, and London, 1998), 141–57

terça-feira, 24 de março de 2020

Fundamentos da Composição Musical



SCHOENBERG, Arnold. Fundamentos da composição musical. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996. Resumo até a página 121.


Para Shoenberg o conceito de forma na música, significa que a mesma dispõe de uma organização em que se encontra uma lógica ou coerência, a divisão facilita identificar a forma, Schoenberg aconselha iniciar a habilidade da composição bem como o domínio das formas, por blocos musicais fazendo conexões entre eles, verificando a lógica, coerência e compreensão. 

A frase é a menor unidade musical, compreendida como aquilo que se pode dizer com apenas um fôlego onde o final sugere uma pontuação, tal como a vírgula. A ideia melódica compreende uma sucessão de notas compreendidas por um acorde e o acréscimo e notas contribuem para coerência e formação da frase, o ritmo molda a frase. O final da frase normalmente é diferenciado para dar molde e pontuação como a redução rítmica, relaxamento melódico, intervalos menores e menor número de notas. Não há razão para que a frase se situe metricamente por compassos, mas as irregularidades são consideradas importantes.

O motivo é intervalar e rítmico e produz harmonia inerente, considerado um “germe” da ideia, é repetido podendo ser variado, qualquer sucessão de notas e rítmica pode ser usado como motivo, não precisando necessariamente conter grande diversidade de intervalos, cada traço de motivo ou frase, deve ser considerado motivo, repetido com ou sem variação. No motivo de repetição literal é preservado os elementos e relações internas, se valendo de Transposições a diferentes graus, inversões, retrógrados, diminuições e aumentações, preservam os traços das relações intervalares. As repetições modificadas variam produzindo um novo material.

As formas e motivos conectam, a harmonia move-se mais lentamente que outro aspectos na formação da frase/motivo, uma melodia equilibrada atinge o ponto culminante ap´s varias sucessões de ondas ( elevação - movimento ascendente e depressão - movimento descendente).

A constituição de frases podem ser usadas como uma construção ou continuação de um tema .

A ideia musical ou tema está disposta na forma de período ou sentença, geralmente é centrado ao redor de uma tônica com um final bem definido, a distinção entre período ou sentença está no tratamento da segunda frase.

A sentença inicia ao apresentar um motivo básico, a continuação é a repetição da frase exata ou uma repetição transposta, sendo a harmonia um elemento de contraste enquanto os outros se mantêm. Pode ocorrer normalmente com 2 compassos como apresentação e mais dois compassos como repetição exata ou transposta. (antecedente - A, A’).

A forma antecedente do período difere da sentença por adiar a repetição, a estrutura do período utilizada determina sua continuação a primeira frase é unida na forma x motivo mais contrastante, e a frase consequente é construída como uma espécie de repetição que termina normalmente no I, V ou III. ( Antecedente - A, B).

A frase consequente do período é uma repetição modificada ou variada do antecedente, em que ao permanecer os elementos rítmicos permite mudanças no perfil melódico, podendo ser finalizada por uma cadência autêntica perfeita, a variação harmônica pode acontecer desde o início do primeiro compasso da frase consequente. A melodia é construída sob um perfil cadencial, ocorre o uso de notas curtas, por exemplo.

A sentença afirma uma ideia e inicia uma espécie de desenvolvimento, pois a continuação da antecedente, a consequente, requer um desenvolvimento mais apurado requerendo uma liquidação ou condensação - frases de dois compassos são reduzidas em um compasso, o final de uma sentença requer o mesmo tratamento que o período, terminando em I, III, ou V.

O acompanhamento atua como complemento da melodia contribui para melhor resultado sonoro por e estabelecer um movimento unificador e satisfazer às necessidades ao explorar recursos instrumentais. O tema inicial é frequentemente desacompanhado, e o acompanhamento deve estar organizado em formas de motivo.

O acompanhamento a maneira coral, é encontrado para música de coral na música coral homofônica ocorre apenas variação das alturas , acompanha ritmo e condução melódica. A figuração é um tipo de acompanhamento que pode decorrer por arpejo, apogiaturas ou síncopes, entre outros. O acompanhamento por contraponto trata e ornamenta vozes secundárias da harmonia.

O baixo precisa ser tratado como acompanhamento da melodia, movendo no âmbito da tessitura possuindo um grau de continuidade, não sendo um contracanto deve ser usado inversões.

O tratamento do motivo de acompanhamento, precisa ser mantido por um número de compassos ou frase podendo variar mas não desaparecer por completo, sendo modificado nas cadências ou nos finais das frases. 

A expressão decorre de muitos compositores que fizeram associações emotivas à música como o humor, a tristeza, entre outros. Já o caráter refere a maneira que a música deve ser executada ele é imprescindível para definir característica de um estilo ao outro o acompanhamento é um aliado ao caráter, este imprescindível para definir característica de um estilo ao outro. A indicação de andamento também é um elemento para contribuição da efetividade do caráter e as mudanças de caráter dentro de um mesmo movimento, são mais importantes pois toda boa música adquire idéias conflitantes sendo o pensamento musical sujeito a dialética e reage a qualquer outro pensamento.

Melodia e Tema “ A concentração da idéia principal em uma simples linha melódica requer um tipo especial de equilíbrio e organização, que só parcialmente pode ser explicado em termos de técnica.” p.125.

Na melodia vocal a voz determina aquilo que deve ser entoado, nela o movimento ondulatório progride por graus e por salto, evitando intervalos aumentados e diminutos, adere à tonalidade e regiões vizinhas, os registros das vozes diferem em timbre, dando cor. O cromatismo apresenta dificuldades pois a sensibilidade difere dos tons naturais no sistema temperado.

As ilustrações da literatura contradiz as limitações à melodia, nas obras dos compositores pós wagnerianos a voz nem sempre está na melodia principal, com o passar do tempo os critérios modificam.

Melodia Instrumental, está ligada às limitações de vários instrumentos, o que não limita ser cantada pois há muitas passagens que podem ser entoadas, podendo ser classificadas como tema. 



Aline Mendonça

sexta-feira, 20 de março de 2020

CONCEPÇÕES DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: SUPERANDO A BUROCRACIA CURRICULAR



CONCEPÇÕES DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: SUPERANDO A BUROCRACIA CURRICULAR


Disponível em periódicos da UFPE.

MLSS

WMBM


O currículo é pensado como um conjunto de disciplinas, sendo o currículo oculto que se manifesta pela relação de poder em sala de aula o qual compreende o que está em torno do aprendizado. Os saberes básicos como ler, escrever, contar não são suficientes à formação do indivíduo, como a compreensão das relações de poderes. A formação curricular envolve relações sociais, determinantes para o processo de aprendizagem em sala de aula. “[...] seja, o currículo formal deve ser continuamente transformado, em um Currículo Real, por meio de planejamentos (bimestrais, anuais) e planos de aula, que possam vir a se constituir em ação didática.” “[...] as diferentes concepções de rendizagem que fundamentam o processo de ensino e como interferem no currículo [...] as diferentes formas de trabalhar o currículo possibilitam a formação de diferentes sujeitos, preparados para diferentes formas de inserção social[...]”. “Trata-se da educação com objetivos para além da formação de indivíduos aptos ao trabalho, que leve em consideração o conhecimento científico historicamente elaborado e a práxis social que o aluno vivencia.[...]” “[...] Como os objetivos pedagógicos restringem-se à memorização, dificilmente o aluno a ultrapassa, redundando em uma aprendizagem mecanizada e repetitiva.[...]” Sendo o conhecimento resultado da experiência, o homem é produto do meio. A escola estando inserida no ambiente de mercado de trabalho torna-se produtora dessa demanda como base, sendo assim cada escola possui seu próprio currículo, entretanto o processo educativo passa possuir relação bijetora em que aluno e professor se modificam em relação ao meio como resultado da aprendizagem.
Na concepção tradicional o aluno é considerado uma página em branco onde o conteúdo deve ser memorizado e armazenado.
A concepção comportamentalista se restringe ao empirismo, onde a experiência produz conhecimento e o educar é resultante de reforços entre acertos e erros. A abordagem da tarefa dissociada de seus fundamentos desloca do objetivo da aprendizagem e o aluno fica dependente da condução do professor ao resultado.
A concepção humanista dá ênfase a relações, centrando na personalidade do indivíduo e na sua capacidade de integrar, sendo o professor facilitador da aprendizagem do aluno e os conteúdos passa vir de modo secundário “[...] concepção humanista peca por não considerar o saber científico, acumulado ao longo da evolução humana, como fundamental.
para o desenvolvimento educativo do aluno. Peca ainda, por não considerar o movimento da história e suas contradições, fazendo com que a escola deixe de mesclar os conhecimentos científico e humano, fato que contribuiria na formação de indivíduos capazes de enxergar os problemas e possíveis soluções sociais, além dos limites do cotidiano. [....]”Na concepção cognitivista, considera surgimento da aprendizagem como a relação dos resultados de estímulos entre o sujeito (cognoscível) e o objeto cognoscente, sendo a interação imprescindível ao processo, sendo o aprendizado dependente de uma prática pedagógica adequada, o aluno passa por etapas de construção do conhecimento por meio de desafios lançados pelo professor, as novas informações se readaptam as já possuídas, pois o conhecimento é ligado a algo que o aluno possa vivenciar.
A concepção histórico-crítica “[...] Objetiva-se uma Educação que ultrapasse a formação dos conceitos, levando o aluno a refletir sobre seu papel na sociedade, dentro da sala de aula, para que ele possa nessa relação teoria e prática encontrar novas maneira de atuar no contexto em que vive. Uma Educação que tenha a intenção de criar no aluno uma atitude crítica quanto às relações sociais nas quais se insere.[...]” o professor trabalha os conhecimentos científicos articulados à sociedade, por meio de mediação dialética, compreendida por referência a diferença, a heterogeneidade, a repulsão e o desequilíbrio entre seus termos: o saber imediato e o saber mediato. “[...] um trabalho pedagógico na perspectiva da mediação dialética que favorece o interesse do aluno, na medida em que ele percebe que seu conhecimento não é suficiente e esclarecedor ao ser posto à frente desse novo conceito.[...] O processo de síntese ocorre pela contradição tanto entre as próprias partes, quanto entre essas partes e o todo.[...]”
“[...] É na sistematização da vivência cotidiana reflexiva e crítica que se revela no planejamento de aulas e se materializa no dia a dia da sala de aula que a práxis se consubstancia e se revê apoiada pelos fundamentos teóricos da ação docente, objetivando uma educação de qualidade e intencional.” o professor tem o papel na aprendizagem e na transformação social.




Fichamento AMP